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Rui Barbosa

Rui Barbosa

Rui Barbosa de Oliveira, uma das personalidades mais importantes do Brasil entre os séculos XIX e XX, sendo um dos grandes nomes da República Brasileira.

Foi um polímata (quem conhece ou estudou muitas ciências) brasileiro, conhecido como jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filósofo, jornalista, tradutor e orador.

                             

Salvador -elevador Lacerda                                                                                     Estado da Bahia

 

Nasceu no dia 5 de novembro de 1849 em Salvador, na Bahia e faleceu no dia primeiro de março de 1923 em Petrópolis, Rio de Janeiro.

Petrópolis

Seu pai, João José de Oliveira era médico e chegou a ter uma carreira política, trabalhando por anos, na Instrução Pública da Bahia. Sua mãe, Maria Amélia, produzia doces caseiros.

Desde criança Rui Barbosa foi ensinado a valorizar a leitura.

Com cinco anos foi para a escola e em pouco tempo já sabia ler e conjugar verbos regulares. Em sua casa recebia aulas de piano e oratória. Era uma criança triste e sobrecarregada de estudos. Seu pai o obrigava a ler os clássicos portugueses e aos 10 anos já recitava os poemas de Camões.

Formação e primeiro emprego

Em 1861 Rui Barbosa ingressou no Ginásio Baiano e em 1864 terminou o curso de Humanidades em primeiro lugar, recebendo a medalha de ouro e pronunciando seu primeiro discurso em público.

Após concluir o curso ginasial, mas sem idade para entrar em uma Universidade, passou aquele ano estudando alemão, lendo juristas e obras médicas de seu pai.

Nessa época escrevia versos tristes e melancólicos.

Faculdade de direito de Recife

 Em 1866, Rui matriculou-se na Faculdade de Direito, na cidade de Recife, onde participou da “Associação Acadêmica Abolicionista”. Após entrar em conflito com um professor, foi obrigado a terminar o curso em São Paulo.

                                    

Faculdade de Direito São Francisco em São Paulo

Em 1870 graduou-se em Direito. Em São Paulo estudou com outras pessoas que se tornariam notáveis em nosso país como: Afonso Pena e Joaquim Nabuco.

                         

                Afonso Pena                                                                    Joaquim Nabuco

 

Terminado seu curso em São Paulo, Rui decidiu voltar para a Bahia e nessa altura de sua vida ele já era conhecido em seus círculos, como árduo defensor da Abolição do trabalho escravo.

Na Bahia além de trabalhar como advogado, dedicou-se ao jornalismo, em um jornal chamado “Diário da Bahia”.

 Em 1877 elegeu-se deputado para a Assembleia Provincial e no ano seguinte elegeu-se Deputado Geral da Assembleia da Corte, localizada no Rio de Janeiro. Este novo posto fez com que ele se mudasse para o Rio de Janeiro, na época, capital do Brasil.

Além da defesa da Abolição, do trabalho escravo, ele também atuou em projetos que estipulavam mudanças para a Educação brasileira.

Na reforma geral do ensino, Rui propôs um sistema, gratuito, obrigatório e laico que permitisse aos brasileiros estudarem da infância até à universidade. Rui Barbosa acreditava no papel da Educação na formação do cidadão e do trabalhador, e entendia que o Progresso do Brasil passava por um sistema educacional de qualidade, com ênfase na importância das ciências para o desenvolvimento educacional do país.

Rui Barbosa, também, era um árduo defensor da implantação do federalismo no Brasil. Assim sendo, defendia a descentralização do país.  A defesa da causa federalista fez com que ele rejeitasse   um convite para integrar o Gabinete Ministerial em 1889.

No dia 10 de novembro de 1889, fez parte da reunião que convenceu o Marechal Deodoro da Fonseca a apoiar o levante contra a Monarquia. A adesão de Rui aconteceu no dia seguinte, 11 do mesmo mês. Com a Proclamação da República realizada em 15 de novembro de 1889, Rui Barbosa se colocou como um dos grandes nomes da consolidação do novo regime no Brasil.

Proclamação da República

Com a implantação da República Rui foi convidado a assumir as pastas da Fazenda e da Justiça, funções que ele aceitou.

Além disso, teve papel importante na elaboração de uma nova Constituição para o Brasil, promulgada em fevereiro de 1891. A nova Constituição foi escrita por uma comissão de cinco pessoas e Rui Barbosa foi responsável pela revisão final do texto.

Rui concorreu à presidência em 1910 e 1919, porém, foi derrotado em ambas as ocasiões.

Representou o Brasil na Conferência da Paz em Haia (1907) da ONU nos Países Baixos, defendendo com brilho sua tese brasileira de igualdade entre as Nações.  Em Haia discursou em vários idiomas. Ele recebeu o cognome de “O Águia de Haia”.

Rui tinha apenas 1,51 (metro e cinquenta e um centímetros), porém, sua inteligência era inversamente proporcional à sua altura.

Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e seu Presidente entre 1908 e 1919 e grande escritor.

Eis aqui algumas de suas obras:

– Migalhas de Rui Barbosa

– A imprensa e o dever da Verdade

– Rui Barbosa e a Constituição

O dever do advogado

– A questão Social e Política do Brasil

– Oração aos moços (Há um pouco mais que um século, os formandos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, ouviram pela primeira vez a “Oração aos Moços “, texto escrito e lapidado pelo célebre Rui Barbosa, paraninfo da turma.

O texto que fora escrito para uma turma de Direito, não só ganhou proporções imensas, como tornou-se um clássico no mundo jurídico.

Com sabedoria e perspicácia que lhe é devida, Rui sintetizou pilares do mundo jurídico em frases célebres que há um século mostram-se tão atuais e pertinentes aos operadores de Direito.

A ”Oração aos Moços”, foi lida neste dia pelo catedrático de Direito Romano, Reynaldo Porchat, já que o paraninfo não pode estar presente por motivos de saúde. Rui Barbosa graduou-se nas Arcadas em 1870.

Escreveu também algumas ideias:

“Quem não luta pelos seus direitos, não é digno delas”.

“Justiça atrasada não é justiça, senão injustiça, qualificada e manifesta”.

Oração aos moços

De tanto ver triunfar as nulidades

De tanto ver prosperar a desonra

De tanto ver crescer a injustiça

De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus

O homem chega a desanimar-se da virtude e rir-se da honra e … a ter vergonha de ser honesto.

(Trecho do discurso “Oração aos moços”, proferido na Faculdade de Direito do Largo São Francisco).

Rui Barbosa foi homenageado na moeda brasileira. A nota de 10.000 cruzeiros emitida em 1984 retratava a efígie do intelectual.

Nota de 10.000 cruzeiros
Helena Landell

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