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Museu do Ipiranga – 2ª parte

Museu do Ipiranga – 2ª parte

Museu do Ipiranga reabre após 9 anos e uma reforma de 235 milhões de reais 

 O Museu Paulista abriu as portas pela primeira vez em 7 de setembro de 1895. Originalmente, era dedicado a História Natural, com ênfase na Zoologia.

A partir do centenário da Independência em 1922, foi reforçado o caráter histórico da instituição, com a formação de novos acervos, os quais dão destaque à história do Brasil e de São Paulo.

O Museu incorporou ao longo do tempo acervos de outras instituições e ampliou suas coleções.

Antes de ser fechado em 2013, o Museu atravessou uma séria crise financeira que corroeu sua estrutura física. Em agosto daquele ano, foi interditado às pressas, porque um laudo apontava que havia um risco iminente de desabamento.

Seu acervo foi transferido e abrigado temporariamente em outros locais enquanto a reforma estava em curso. Uma parte ficou exposta no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo Paulista.

Com as obras, o Museu teve sua área construída dobrada e a área expositiva triplicada, além de acessibilidade a todos os pavimentos do edifício. Agora, pode receber até 12 exposições simultâneas e acolher também, temporariamente, pela primeira vez, acervos de outras instituições, graças à instalação de ares condicionados na área em que foi expandido.

O Museu ganhou um novo espaço de 6,8 mil metros quadrados, tendo agora a nova entrada ao Jardim Francês além da bilheteria, café, loja, auditório para 200 pessoas, espaços e salas para atendimento educativo e uma grande sala para exposições temporárias. Entre as mudanças está o espaço da antiga administração para a instalação de um restaurante.

Conta também com um novo sistema de prevenção de incêndios e um sistema inteligente para gerenciar sua segurança, manutenção e conservação do seu acervo.

O Museu do Ipiranga teve a recuperação do seu Jardim Francês e de suas fontes, as quais foram destruídas na década de 1970.

No novo Museu do Ipiranga, o público vai se deparar com 12 exposições de longa duração e uma mostra temporária.

As de longa duração são divididas em 2 eixos temáticos: um para compreender a sociedade e o segundo para a compreensão do Museu.

Fechado por nove longos anos, é o Museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país.

Não apenas o Museu é antigo, seu acervo também o é; no total ele chega a 450 mil itens e documentos. Parte dos quadros expostos foi encomendada e produzida há cerca de 100 anos, para as celebrações do primeiro centenário da Independência.

Além da acessibilidade física do edifício que foi equipado com elevadores e rampas de acesso, as exposições também foram pensadas com a finalidade de oferecer condições mais amplas de exploração de todos os públicos. Para isso, 379 peças terão tratamento multissensorial com telas táteis, dispositivos olfácticos, reproduções 3D, cadernos em braile, objetos originais adquiridos especificamente para o manuseio dos visitantes e muito mais.

Há estátuas que podem ser tocadas e ao lado uma leitura em Braile a fim de proporcionar acessos aos deficientes visuais. Logo ao lado há outros recursos para os deficientes auditivos.

Obras importantes

O quadro “Independência ou Morte”, fixado em uma parede do Salão Nobre é a obra mais conhecida da Instituição. Pintura de Pedro Américo (1843-1905) que retrata o momento da Proclamação da Independência, está ali, desde o princípio.

Feita por encomenda do Governo Imperial, a gigantesca a óleo, com 4,15 metros de altura e 7,6 metros de largura, foi restaurada junto com o Museu. Américo fez pesquisas sobre o movimento pela separação de Portugal, os trajes da época e entrevistou testemunhas para elaborar a pintura histórica.

Pedro Américo, pintor paraibano talentosíssimo, pintou esse quadro em Florença. Evidentemente, muitos anos após a Proclamação da Independência.

A tela foi exposta pela primeira vez em Florença, na Itália, em 1888 e, no Brasil, na inauguração do Museu do Ipiranga.

Pode-se apreciar nesta tela muitos detalhes, como alguns soldados arrancando as insígnias de Portugal, no momento em que D. Pedro I levanta a espada, para dar o famoso grito de Independência ou Morte.

Pouco antes do “grito” ali no riacho do Ipiranga, quando Dom Pedro se encontrou com as tropas e recebeu a carta da princesa Leopoldina, assinalando e dizendo para ele: é agora ou nunca!

Este quadro foi um dos primeiros a ser restaurado, e isto aconteceu simultaneamente às obras do Salão Nobre onde o quadro permaneceu dado o seu tamanho. A tela é maior do que as portas e janelas do espaço. Foi montada originalmente no local onde está hoje sem nunca ser retirada. Diante disso, a equipe do Museu precisou protegê-la dos resíduos do restauro da sala utilizando um tecido especial que impede a entrada do pó e ainda permite que o quadro respire.

Maria Quitéria

Há no Museu obras que merecem verdadeiramente serem admiradas, uma delas é o quadro representando Maria Quitéria, obra encomendada pelo diretor do Museu Paulista Afonso d’Escragnolle Taunay para o centenário da Independência do Brasil. Esta obra cujo tamanho é de 2,33 metros de altura por 1,33 metros de largura é outro que passou por restauro. Está junto com uma outra mulher de destaque: o retrato de dona Leopoldina de Habsburgo e seus filhos. Com isso Taunay queria criar um paralelo entre as duas pinturas em relação à formação nacional brasileira. Por um lado, a guerreira e por outro, a figura materna.

A estória de Maria Quitéria é bem interessante.

Ela disfarçando-se em homem, alistou-se nas tropas da Independência na Bahia, onde no dia 2 de junho de 1823 esta guerra foi vencida. Lá na Bahia, este dia, é muito festejado todos os anos desde 1824. A verdadeira Independência do Brasil foi na Bahia.

Sua história é incrível, quando ela se vestiu de homem, seu pai descobriu e foi buscá-la no Batalhão. Porém, o Comandante Medeiros disse que ela não sairia de lá. Ela continuou a comandar tropas e foi condecorada na sequência, por D. Pedro I com a mais alta ordem militar.

A obra traz uma paisagem de fundo que remete ao recôncavo baiano, local em que Maria Quitéria fez parte dos combates.

Falando sobre a participação dela, temos a farda típica do Batalhão dos Periquitos, que ganhou este apelido devido à cor amarela nos punhos e na gola do uniforme azulado.

              

Outra pintura a ser lembrada é o quadro de Leopoldina de Habsburgo, casada com D. Pedro I, a qual teve um relevante papel no processo da Independência.

Acima deste quadro está retratado o nosso queridíssimo José Bonifácio.

Desembarque de Pedro Alvares Cabral em Porto Seguro

Este quadro, do pintor Oscar Pereira da Silva, tem um tamanho impressionante, com 3,73 metros de largura e 2,31 metros de altura.

Esta obra não foi encomendada, mas, comprada pelo Museu do Ipiranga. É também retratada em livros didáticos. Durante muito tempo ficou exposta na Pinacoteca do Estado, depois, em 1929 foi transportada para o Museu do Ipiranga.

Inundação da várzea do Carmo

A pintura é de Benedito Calixto. Ela traz um contexto diferente dos demais, pois nela o que vemos é uma representação da cidade de São Paulo. Foi comprada pelo governo da época em 1893.

Partida da Monção

Pintura a óleo sobre tela, datada de 1897, do pintor e desenhista ituano, José Ferraz de Almeida Júnior, representante do naturalismo e realismo brasileiro, que atualmente faz parte do acervo do Museu Paulista. Suas dimensões: 3,90 metros de altura por 6,40 metros de largura. O quadro representa os últimos instantes que antecedem a partida da expedição fluvial, também chamada de monção, em uma data indeterminada entre o final do século XVIII e o início do século XIX. A cena se passa no Porto de Araritaguaba (atual Porto Feliz no interior de São Paulo) às margens do rio Tietê. O destino desta expedição seria o município de porto Cuiabá no Mato Grosso.

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Ânforas nas escadarias

 

Nas escadarias, dos dois lados, há várias ânforas, que guardam, no seu interior, águas de vários rios.

O Museu é tão interessante e possui tantos detalhes, que merece uma segunda visita. Meus leitores, a nossa presença no Museu, nos dá a oportunidade de conhecer um pouco mais a nossa História.

Helena Landell

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