O Moulin Rouge é um Cabaré parisiense que tem uma história rica e emblemática, ligada à boemia da cidade e à “Belle époque! “(Bela Época)
Foi inaugurado no dia 10 de outubro de 1889, no bairro da moda, situado no 18º arrondissement, na base da Colina de Montmartre. Sua história remonta ao período pós a Guerra Franco-Prussiana de 1870. Na ocasião, a França foi derrotada e enfrentou uma longa crise econômica até o ano de 1896.
Para se reconstruir, o país abraçou a inconsequência e as festas, especialmente na capital francesa. Montmartre se transformou em um centro de entretenimento, culminando com a abertura do Moulin Rouge e a presença de pessoas importantes. Nos anos de 1890, era frequentado pelo pintor Toulouse -Lautrec e o escritor inglês Oscar Wilde.
Ao longo do século XX, atraiu celebridades como Pablo Picasso, Edith Piaf, Frank Sinatra, Charles Chaplin e Josephine Backer.
O Cabaré está situado na zona Pigalle, no Boulevard de Clichy, ao pé de Montmartre, ao norte de Paris. Para chegar ao Moulin Rouge, de metrô, desça na estação Blanche, na linha 2. Ao sair da estação, o edifício está imediatamente à esquerda. O prédio é facilmente identificável pelo seu Moinho gigante e pela cúpula vermelha que o coroa!
O Moulin Rouge é visitado por aproximadamente 600.000 pessoas anualmente. Porém, mais que centenário, o Cabaré é um monumento de Paris, impossível de não ser notado.
Ele atravessou vários períodos, tendo sido Cabaré, em seguida, teatro e cinema e até mesmo palco de Music-hall com dançarinas que saíam de bolos.
A lenda do Moulin Rouge foi construída ao longo das décadas. Ainda extremamente famoso, algumas partes da sua história são pouco conhecidas pelo grande público.
Há mais de 120 anos o Moulin Rouge tornou-se um dos pontos principais de Montmartre.
O Cabaré foi fundado aos pés da Colina de Montmartre por Joseph Oller (1839-1922) e Charles Zidler (1831-1897) que desejavam oferecer um lugar de divertimento popular a um público diversificado.
A instalação em um bairro da moda como o 18º arrondissement (distrito), na época, ainda mal conhecido, permitiu ao Cabaré adquirir rapidamente fama e inspirar artistas que se tornaram internacionalmente conhecidos, tais como, Henri de Toulouse Lautrec e Auguste Renoir.
Durante os primeiros anos do Moulin Rouge, noites festivas se sucederam, elas eram regadas ao champagne, onde dançarinas célebres se apresentavam.
Foi nessa época que nasceu a célebre quadrilha que conhecemos pelo nome de French Cancan. Bebidas eram servidas enquanto os clientes eram convidados a assistir aos espetáculos ou a dançar na pista.
Com uma arquitetura pouco convencional e decoração estravagante, a qual contava com um elefante instalado no jardim, o Moulin Rouge atraía a sociedade que buscava diversão.
Esta dança exuberante e provocativa, tornou-se um elemento central nos espetáculos do Cabaré, desafiando as convenções sociais da época. Com suas pernas no ar, saias rodadas, o cancan não só revolucionou a dança, mas também consolidou a reputação do Moulin Rouge como um local de entretenimento ousado e inovador.
Alegre, escandaloso e charmosamente ousado, o Cancan francês era um frenesi de meias pretas, pernas nuas, ligas, calcinha com babados, rendas, sapatos de salto altos e saias rodadas, o que era considerado bastante chocante, na época, mas que, naturalmente, encantou a todos os clientes do Moulin Rouge!
Após um incêndio em 1915, o Moulin Rouge só foi reconstruído 10 anos mais tarde. Nessa época, a atriz cantora e dançarina Mistinguett tornou-se codiretora do Cabaré, deixando nele sua marca.
Artista vedete da Revue Mistinguett (1925), ela foi também diretora dos ateliês de costura. Suas canções como, C’est Paris, Il m’a vu nue, e tantas outras, são indissociáveis do Moulin Rouge, assim como On m’suit , cantada com Jean Gabin.
Quando Mistinguett deixou o Cabaré, o teatro dispondo de 1.500 lugares sentados, foi transformado em clube dançante durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa época o Cabaré perdeu seu esplendor, apesar de ter exibido em 1944 uma apresentação de Edith Piaf e Yves Montand.
Nos anos 50, trabalhos de renovação foram feitos no Moulin Rouge e em 1951, Georges France, inspirador de obras, inaugurou o novo Cabaré na presença do Presidente da República Francesa, Vincent Auriol. O objetivo era de devolver ao lugar sua alma de Cabaré, onde as pessoas se divertiam diante dos shows espetaculares apresentados por artistas de talento.
Esta nova fase se iniciou com uma performance na qual se apresentaram, entre outros, Charles Trenet, Charles Aznavour e Bourvil.
Os espetáculos chamados de Revistas, continuam a ser produzidos. Essas grandes peças, em vários atos, podem ser admiradas durante a degustação de um jantar gastronômico.
O principal show do Moulin Rouge se chama Revista Féerie. É uma apresentação repleta de energia, música ao vivo, coreografias impressionantes e um ambiente que remete o visitante à Belle Époque parisiense. Mais de 80 artistas participam do espetáculo como dançarinos, malabaristas e acrobatas que, através de cenas retraçam sua história.
Embora o Moulin Rouge seja conhecido pelas suas dançarinas femininas, elegantes, um dos fatos pouco conhecidos sobre o local, é que dançarinos também são convidados para atuar!
É importante salientar, o código de vestimenta para ir ao Moulin Rouge é o esporte fino, ou seja, roupas elegantes. Para as mulheres, vestidos ou saias, já para os homens, calças sociais e camisa de botões.
É recomendado evitar shorts, bermudas, chinelos e roupas esportivas. O paletó e gravata não são obrigatórios.
Uma noite no Cabaré deve ser reservada com antecedência, porém a espera é logo esquecida quando temos a chance de jantar nessa suntuosa sala marcada pela história e frequentada por tantos artistas renomados!
Desejo a vocês, meus leitores, “Bom Espetáculo”!
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