Paris tem 37 pontes sobre o rio Sena. Algumas só para pedestres, outras somente para o transporte ferroviário e a maioria para automóveis e pedestres.
Caso fosse falar sobre cada uma delas, daria um belo livro de história, por isso selecionei algumas dessas maravilhosas pontes para contar o significado e origem peculiar de seus nomes.
Esta Ponte foi inaugurada em 1805, recebeu este nome em homenagem à batalha de Austerlitz, também conhecida como batalha dos 3 Imperadores. Foi um dos combates mais importantes e decisivos das Guerras Napoleônicas.
É a batalha considerada como a maior vitória alcançada por Napoleão, onde o exército da França derrotou um exército russo-austríaco, muito maior, liderado pelo Imperador Alexandre II. Esta batalha ocorreu perto da cidade de Austerlitz no Império Austríaco, atual República Tcheca.
O termo “Tournelle” surgiu da palavra “tourelle” a qual define um tipo específico de torre de vigilância e controle de acesso.
Construída no final do século XII, como proteção à fortaleza do Rei Philippe Auguste, esta Torre ficava bem na extremidade da ponte, do lado esquerdo do Sena.
Uma primeira ponte improvisada foi construída em 1370, e era conhecida como “Caminho de ilha de Notre Dame”.
Em 1620, foi substituída por uma estrutura de madeira, a qual foi parcialmente destruída pelo gelo, durante o rígido inverno de 1637.
Entre 1654 e 1656 ela foi totalmente refeita em pedra, sendo que somente em 1928 foi inaugurada a ponte que temos até os dias atuais.
Nela pode-se ver uma estátua de Santa Genoveva, padroeira de Paris. Esta no topo de um pilar, a 15 metros de altura, assinada pelo escultor polonês Paul Landowski (um dos responsáveis pela criação do Cristo Redentor no Rio de Janeiro).
Na escultura, a Santa protege uma criança que simboliza a cidade de Paris. Esta, segura uma embarcação que é o símbolo da cidade.
A pont des Arts (Ponte das Artes) conecta o Instituto da França ao pátio quadrado do Palácio do Louvre, que na época era nomeado por Napoleão Bonaparte como “Palais des Arts” (Palácio das Artes) dando origem ao nome da Ponte.
Entre 1801 e 1804, uma passarela sustentada por 9 arcos em ferro fundido, exclusive para pedestres, foi construída no local da atual Pont des Arts. Foi a primeira Ponte de metal de Paris, tendo sido projetada para parecer um jardim suspenso com arbustos, caixas de flores e bancos.
Em 1977 foi interditada após ser constatada a fragilidade de sua estrutura, principalmente devido aos efeitos das Grandes Guerras Mundiais em 1918 e 1945 e várias colisões de barcos entre 1961 e1970.
A construção da Ponte atual começou em 1981 e foi inaugurada por Jaques Chirac, então prefeito de Paris, em 27 de junho de 1984.
Esta mesma ponte ficou famosa devido a milhares de cadeados que ali eram colocados por turistas do mundo todo, como forma de “selar” o amor e as chaves eram jogadas no Sena.
Em 2015, a Prefeitura decidiu substituir as grades da ponte por placas de acrílico transparente, o que impediu a instalação de novos cadeados, os quais curiosamente “migraram” para outras pontes e grades espalhadas pela cidade.
Foi a primeira ponte de pedras em Paris que não serviu como alicerce para casas erguidas em sua superfície e foi equipada com passeios para proteger os pedestres da lama e dos cavalos.
Esta Ponte, a mais antiga de Paris, tem 410 anos e guarda “segredos”. É uma das 37 pontes parisienses. Foi inaugurada em 1607 e a primeira que fugiu do padrão de pontes construídas durante a Idade Média.
Ela tem 232 metros de comprimento e 22 metros de largura. Sua primeira pedra foi colocada em 31 de maio de 1578 por Henri III e somente em 1604 foi terminada.
De pedra, sem cobertura, com calçadas laterais para pedestres, a Ponte Nova não acolheu casas, como era comum na época. Porém, foi idealizada para ligar uma margem à outra do Rio Sena, passando por uma das pontas da Ilha de la Cité, (da cidade) onde nasceu Paris.
É, atualmente um dos cartões postais da capital francesa reconhecida pela sua plasticidade arquitetônica, pelas 385 máscaras de concreto representando cabeças de divindades campestres da mitologia greco-romana e pela estátua equestre de Henrique IV, o Rei da época.
O local onde está instalada a ponte foi, antes da sua construção, palco de tragédias. Duas placas afixadas na sua base e visitadas por turistas, indicam isto.
Foi ali que o último grão-mestre dos Templários, Jacques de Molay, foi queimado em 1314.
Os Templários eram uma ordem militar e religiosa de cavalaria, fundada na Primeira Cruzada de 1096, apoiada pela igreja Católica, com o propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquista.
Com o tempo a influência dos Templários incomodou a realeza francesa, a qual reprimiu o movimento.
A outra placa, lá instalada faz referência ao Massacre de São Bartolomeu, ocorrido em 1572, um conflito religioso entre católicos e protestantes.
A matança, descrita nos livros de história, começou no dia 24 de agosto, dia em que se comemora São Bartolomeu. A homenagem aos protestantes em plena Pont Neuf, se deve à sua proximidade ao Rio Sena onde, de acordo com os relatos da época, eram jogados os corpos.
As demais pontes são interessantes e necessárias, porém em outra oportunidade voltarei com o assunto …
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Muito interessante Maria Helena. Parabéns