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Jean Paul Sartre-Parte 2-

Jean Paul Sartre-Parte 2-

Em 1939, Sartre é obrigado a servir o exército francês na segunda guerra mundial e em 1940 é preso pelos alemães no campo de concentração de Trier, mas em 1941 é liberto, talvez tenha fugido com ajuda de alguns companheiros. Volta à Paris, encontra-se com Simone de Beauvoir e aí começa um movimento muito intenso de Resistência contra a guerra, contra o pensamento nazista, fascista, que estava se instalando na Europa também.

Em 1943 publica o livro “O Ser e o Nada” que é o seu principal tratado sobre o existencialismo, o qual já havia começado a escrever anos atrás. A publicação deste livro gerou alguma confusão dentro do mundo intelectual, principalmente porque os Marxistas diziam que o seu existencialismo era uma espécie de individualismo.

Do mesmo modo, um pensamento mais à direita não era aceito porque ia contra as bases do conservadorismo.

Em 1946 ele escreve “O Existencialismo é um Humanismo”.

A partir da segunda guerra mundial ele assume uma postura extremamente militante e um compromisso com a sua escrita voltada para a militância da esquerda, militância anti-fascista.

Depois da guerra ele se aproximou dos comunistas. Aderiu o Marxismo por um tempo e rompeu com o partido comunista depois da intervenção soviética na Hungria em 1956, porque para ele, o Marxismo se desviou do seu sentido autêntico.

 

Espírito inquieto, Sartre foi um intelectual engajado, filou-se ao Partido Comunista francês, onde participou de muitos movimentos sociais, como o movimento estudantil de 1968. Este movimento começou a eclodir na França em maio de 1968 e se espalhou pelo mundo todo, nos Estados Unidos, chegando mesmo aqui no Brasil.

Michel Foucault

 

 

     Herbert Marcuse

 

Os estudantes cansados de um sistema político começaram a ir às ruas. Intelectuais como Sartre, Michel Foucault também participaram. Nos Estados Unidos Herbert Marcuse e tantos outros entraram na militância em junho com seus alunos e foram para as barricadas.

A sua participação ativa em movimentos populares o tornou muito conhecido como filósofo, mas a sua ligação com manifestações de esquerda criou-lhe problemas com a polícia. Condenou o coronelismo francês na Argélia e mudou várias vezes posição em relação aos comunistas, porém, nunca ingressou no partido.

Por algum tempo sua produção literária foi politicamente engajada, combatendo as injustiças. Ele era a favor do engajamento literário.

 Foto de Raymond Aron

Em 1945, junto com os intelectuais, Simone de Beauvoir e Raymond Aron, fundaram a revista de filosofia “Os Tempos Modernos”, revista sobre o pensamento da esquerda.

Sartre – Simone Beauvoir e  Che Guevara

Em 1960 Sartre e Simone de Beauvoir se encontraram com Che Guevara em Cuba e fizeram uma série de viagens pelo mundo conhecendo o que estava sendo feito no âmbito da esquerda.

Em 1964 é agraciado com o prêmio Nobel de literatura e recusa o prêmio, tanto o título quanto o valor em dinheiro, ele dizia que sua escrita deveria ser livre de qualquer instituição, de amarra social e escreve uma carta para a Academia responsável pelo Nobel se justificando: “Nela invoquei duas espécies de razões: razões pessoais e objetivas. As razões pessoais são as seguintes: minha negativa não é um ato improvisado. Sempre renunciei as distinções oficiais”.

A partir de 1973 a saúde de Sartre começa a se tornar cada vez mais frágil, problemas relativos ao consumo excessivo de álcool e de tabaco. Contam alguns biólogos que na velhice ele chegou a escrever de 15 a16 horas seguidas por dia. Sem se alimentar corretamente, muitas vezes tomando estimulantes e depois bebendo, em resumo era uma vida totalmente desregrada.

Simone de Beauvoir escreve um texto, que foi depois publicado, onde ela relata muito emocionada, como foram os últimos anos da doença de Sartre até à sua morte. O texto intitula-se: “A cerimônia do Adeus”. Seu funeral foi acompanhado por mais de 50.000 pessoas.

Frases de Sartre

O homem deve ser inventado a cada dia.

Quando os ricos fazem a guerra são sempre os pobres que morrem.

Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo.

Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal, isto nada tem a ver com a coragem.

Viver é isto. Ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequências.

Não fazemos o que queremos e, no entanto, somos responsáveis pelo que somos, eis a verdade.

Um amor, uma carreira, uma revolução, outras tantas coisas que começam sem saber como acabarão.

Helena Landell

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Helena Landell

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