O Jardim de Luxemburgo é um Parque público em Paris com aproximadamente 23 hectares, localizado no 6º. arrondissement e que abriga o Palácio de Luxemburgo, onde atualmente, está sediado o Senado da França.
No local havia um antigo Hotel particular, cujo proprietário chamava-se François de Piney, duque de Luxemburgo, de onde veio o nome.
Sua construção foi idealizada a pedido da regente Maria de Médeci, em 1612. Este projeto foi realizado entre os anos de 1615 e 1617, quando Maria de Médeci, viúva de Henrique IV, cansada da vida no Louvre, decidiu construir uma réplica do grandioso Palácio Pitti, de estilo italiano, na Itália. Contratou como arquiteto principal um homem chamado Salomon de Brosse.
Ao mesmo tempo jardins começaram a ser planejados.
No ano seguinte, Maria ordenou o plantio de 2000 ulmeiros. (são árvores nativas na Europa, alcançando até 30 metros de altura. Encontram-se, principalmente na Península Ibérica). Para este trabalho, contratou especialistas em jardinagem recriando os jardins que ela conhecia quando criança, em Florença.( Jardim florentino de Boboli).
Com o passar do tempo novos terrenos foram adquiridos, os quais estavam situados mais próximos ao palácio, com a finalidade de ampliação dos jardins, que atingiram sua dimensão máxima em 1792.
Porém, a aparência atual do jardim foi dada pelo Barão de Haussmann na segunda metade do século XIX.
No século XVIII, o Palácio de Luxemburgo chegou a ser um Museu, depois, prisão, durante um curto período, na Revolução Francesa, tribunal e residência de Napoleão Bonaparte em 1799.
Durante a Segunda Guerra Mundial, foi ocupado como quartel por alemães, os quais construíram um bunker no jardim. Somente foi liberado em 1944.
Em 1958 passou a ser a sede do Senado da 5ª.República, função exercida até os dias atuais.
Hoje,o jardim de Luxemburgo possui aproximadamente 23 hectares, os quais são administrados pala Prefeitura de Paris. Os visitantes que entram no grande parque podem sentir a história sendo contada através das imponentes construções e monumentos que foram erguidos ao longo dos séculos de sua existência.
O local é um dos pontos turísticos mais visitados de Paris, entretanto, também é diariamente frequentado pelos moradores locais, por se tratar de uma área de lazer preservada e muito agradável, principalmente nos períodos mais quentes do ano.
Atualmente, há uma estimativa de que o jardim conte com 3.500 bancos e 4.800 cadeiras, recebendo até 100 mil visitantes nos dias mais cheios e 4 milhões de pessoas por ano.
Hoje, com produção assinada pela empresa Fermok, a cadeira Luxemburgo reina triunfante no jardim de Luxemburgo em Paris desde 1923. Seu design lendário, por si só, evoca o estilo de vida ao ar livre dos franceses.
Nos diversos caminhos do parque ou à beira das fontes é quase impossível resistir às curvas acolhedoras da cadeira “Lux”. Já na época em que foram lançadas, os parisienses incorporaram o hábito de passar alguns minutos nesses assentos confortáveis para deleitar-se com a linda paisagem do local.
As primeiras cadeiras deste jardim foram instaladas em 1870 com um modelo um pouco diferente dos que temos hoje.
Em 1923, criou-se um novo padrão para as cadeiras, as quais foram idealizadas e fabricadas pelas “Oficinas da cidade de Paris” – uma espécie de autarquia da cidade.
Esta cadeira, de cor verde suave, era ideal para o cenário bucólico do jardim. Além disso, apresentava uma particularidade em seu design, uma ligeira inclinação ao nível do encosto e um assento abaixo. Um formato ideal para cochilar ou ver a vida passar. Era, praticamente, um convite ao descanso em um dos parques mais bonitos da cidade e que pouco a pouco se tornou um dos ícones de Paris.
As cadeiras foram produzidas em 3 modelos, cadeiras sem braço, poltronas com braços e as poltronas mais alongadas e inclinadas. Por alguns centavos podia-se alugar essas cadeiras por uma hora ou mais.
Curiosidade, quanto mais confortável o assento, maior o preço do aluguel. Desta forma, as poltronas alongadas e com braços, eram ocupadas, principalmente pelos mais ricos e as cadeiras acabaram, de certa forma, sendo utilizadas para exibir o status social dos frequentadores do jardim.
Nos anos 1960, a taxa cobrada era de 20 centavos por cadeira, 40 centavos por poltrona e 60 centavos pela poltrona inclinada. Até o início dos anos 1970, existiam as “chaisières”, uma profissão que se perdeu com o tempo. Eram mulheres encarregadas de recolher o pagamento das pessoas que alugavam as cadeiras. Esta cobrança foi extinta em 1974.
Elas não são fixadas ao solo, podendo ser colocadas em lugares diferentes.
Além do belo paisagismo, o Luxemburgo possui uma série de atividades para todos os gostos e idades. O espaço conta com 6 quadras de tênis, 4 quadras de bocha, uma quadra de basquete, um coreto, tabuleiros de xadrez, salões de exposições, além de parques infantis.
O jardim possui um enorme canteiro redondo, decorado com uma coleção exuberante de estátuas e também com pequenos lagos destinados ao lazer infantil.
Um componente significativo destes jardins são as estátuas das rainhas da França, além de mulheres importantes, que fizeram parte da evolução do país no passado. No total, são 20 obras que representam o poder feminino, conjunto este denominado de Rainhas da França e Mulheres Ilustres.
As esculturas de mármore estão dispostas em torno de um lago, frente ao Palácio de Luxemburgo, como um museu a céu aberto, a maioria encomendada no ano de 1843 pelo rei Louis Philippe. Cada uma foi feita por um artista diferente, apesar de seguirem o mesmo padrão e tamanho, em média 2,40 metros de altura. As personagens em questão governaram a França, como Rainhas ou Regentes ou então como Duquesas, padroeiras ou figuras influentes na época.
As mulheres esculpidas presentes hoje, são: Santa Genoveva, Maria Stuart, Anne de France, Ana da Áustria, ente outras.
Jeanne d´Arc, a famosa líder militar da França no século XV, estava, originalmente, na composição das obras. Entretanto, foi removida para o Museu do Louvre em 1872 para ser melhor preservada. Foi então substituída por Margarida d´Anjou.
A Fonte de Médeci foi construída a pedido da regente Maria de Médeci, assim como boa parte do parque, e é um dos monumentos mais visitados no jardim de Luxemburgo.
O projeto foi idealizado pelo engenheiro italiano Tommaso Franchini em 1630, o qual utilizou influências de arquitetura de seu país no desenho. A conclusão do trabalho é de Salomon de Brosse no mesmo ano.
Por ser uma obra com séculos de existência, algumas modificações foram feitas ao longo dos anos para restaurá-la.
Uma das reformas foi comandada por Napoleão Bonaparte em 1811, o qual incluiu a estátua de Vênus no centro.
Esta Fonte conta uma das histórias da mitologia grega, por meio de estátuas, as quais, fazem parte do conjunto. Trata-se de obra de Auguste Offin, representando o gigante Polifemo, filho de Posseidon, em bronze, descobrindo os amantes Ácis e Galatéia, esculpidos em mármore branco. Segundo o mito, quando o ciclone Polifemo mata Ácis por ciúmes, Galatéia transforma o amado em espírito de rio imortal.
O monumento foi instalado em 1866 e é a principal arte da fonte, até hoje, substituindo a Vênus.
Além das 20 estátuas, há também 106 esculturas, entre as mais famosas: L´Acteur Grec, Le Cri, L´Écrit e La Faune Dansant.
Lembrando que lá encontram-se jardins franceses, os quais têm um traçado regular, geométrico e também jardins ingleses com seus traçados irregulares e orgânicos.
O jardim de Luxemburgo é uma verdadeira galeria de arte a céu aberto!
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