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Córsega

Córsega

Córsega

 

A Córsega (em corso = Corsica, em francês = Corse) é a quarta maior ilha do Mar Mediterrâneo em extensão, depois da Sicília, Sardenha e Chipre. É a maior ilha da França. Localiza-se a oeste da Itália, na zona geográfica italiana, constituindo uma região administrativa da França.

É dividida em dois departamentos: Alta Córsega e Córsega do Sul.

Separada da Sardenha por um curto trecho do estreito de Bonifácio, emerge como uma enorme cadeia de montanhas, rica em florestas do Mar Mediterrâneo, marcando a fronteira entre o Mar Lígure e a parte ocidental do Mar Tirreno (O mar Tirreno é a parte do mar mediterrrrâneo que se estende ao longo da costa oeste italiana, entre a Itália, a Córsega, a Sardenha e a Sícilia; sua profundidade máxima é de 3 785 metros. É assim denominado por causa dos antigos Tirrénios).

A ilha tem 183 quilômetros de norte a sul e 83 de leste a oeste. Parece pouco, entretanto, como as montanhas são altas e as estradas são muito sinuosas, qualquer viagem se torna lenta. Para rodar 100 quilômetros pode -se levar até 3 horas.

Napoleão Bonaparte

É universalmente conhecida como o berço de Napoleão Bonaparte (1769 – 1821) que nasceu em Ajaccio, um ano após a ilha ser ocupada pelo reino da França.

Também é o berço de Pascal Paoli (1725 – 1807) lutador e revolucionário corso.

Sua capital e maior cidade é Ajaccio, que também é a capital da Córsega do Sul, enquanto Bastia é a segunda mais populosa cidade da ilha e a capital da Alta Córsega.

Foto de Ajaccio

Atualmente, Ajaccio é uma cidade grande e agitada para os padrões da ilha. Foi fundada em 1492 e era toda fortificada. Protegida ao longo dos séculos, acabou crescendo para fora das muralhas. Está situada muito perto da Itália.

Seu ponto mais alto é o Monte Cristo, com 2706 metros de altitude.

             

Foto do parque nacional

Com um terço do seu território protegido pelo Parque Nacional, muito do belo litoral continua preservado, sem as construções que mudaram grande parte da costa mediterrânea. A Córsega, quase despovoada ( 31 habitantes por quilômetro quadrado ) com base da sua economia em boa parte no turismo, pode praticamente duplicar sua população no verão.

A relação não resolvida entre a Córsega e a França, que a governa há 240 anos , manifesta-se não só a partir do apego de seu povo às suas tradições e sua língua (o Corso), ”linguagem poderosa e o italiano, entre os dialetos da Itália”,  segundo Niccolò Tommaseo, mas por indicadores estatísticos que revelam a crise econômica e social  perene (último colocado do país francês por nascimento e emprego) e por seus fortes impulsos de autonomia e independência, representados pelo nacionalismo corso que colidem com a constituição francesa.

História da Córsega

Existem duas narrativas sobre a história da Córsega.

A primeira é que a França no ano de 1768 invadiu a ilha que até então era italiana. O mais ilustre e conhecido habitante corso foi Napoleão Bonaparte, nascido em Ajaccio no ano de 1769. A casa onde nasceu está preservada e na cidade encontram-se várias referências à figura histórica, como praças e ruas. Apesar disso, o antigo imperador da França é menosprezado pelo próprio povo que historicamente tem desejado uma maior autonomia ou mesmo a independência da ilha perante o domínio francês.

A segunda história da ilha é superinteressante. Depois de muitas disputas, de pertencer aos italianos, a Córsega foi vendida para a França, mais exatamente para o rei Louis XV. No entanto, nesse meio tempo, os corsos já haviam vivido um período de independência e tinham gostado da experiencia; então, quando os franceses assumiram o comando a população se sentiu traída.

Em qualquer das histórias o ressentimento continua até os dias de hoje. É fácil perceber no discurso dos corsos um forte sentimento nacionalista.

Em Ajaccio pode se visitar a Catedral Notre Dame da Misericórdia, onde Napoleão Bonaparte foi batizado. A catedral fica próxima à Maison Bonaparte onde o imperador nasceu e passou parte de sua infância. Depois de ter sido coroado imperador francês nunca mais voltou à Córsega.

Fato interessante que, nesta casa morou por um tempo o carcereiro de Napoleão, quando a família Bonaparte foi expulsa de Ajaccio pelos moradores da cidade em 1793.

É uma ilha francesa tranquila. Pelas ruas, o que mais se ouve é a língua francesa com alguma sonoridade de italiano. Afinal, por mais de 200 anos, do século XI ao século XIII a Córsega foi colônia da República de Pisa. E essa mistura de raízes é exatamente o que dá tamanha personalidade à quarta maior ilha do Mediterrâneo que perde em extensão somente para a Sicília, Sardenha e Chipre.

O segundo homem importante da ilha é Pasquali Paoli que representa a independência da Córsega.

Pasquale Paoli: “Nós nascemos italianos pelo sentimento, mas em primeiro lugar, nos sentimos italianos pelo idioma, raízes e tradições. Todos os italianos são irmãos para a História e para Deus… Como corsos, nós não queremos ser escravos, nem rebeldes e como italianos, nós temos o direito de ser tratados como todos os outros irmãos italianos…  Nós ganharemos ou nós morreremos (contra os franceses) com nossas armas, com nossas mãos. A guerra contra a França há pouco, é santa, porque o nome de Deus é santo e justo.  Aqui em nossas montanhas aparecerá para toda a Itália o sol da liberdade.” 

A ilha francesa é cheia de paisagens exuberantes, reservas naturais e praias paradisíacas.

Cidade bem pequenininha, mas muito charmosa.

A Córsega é bem famosa pelas lindas praias como Santa Giulia. A maioria das praias na França são de pedra, porém, esta, é de areia.

Bonifácio

Além das praias, a Córsega também tem uma cidade histórica construída sobre um penhasco, a cidade se chama Bonifácio. O vilarejo fortificado não tem como ser mais bonito. Fica no extremo sul da Córsega no topo de um penhasco calcáreo, com mais de 80 metros de altura e a menos de 20 quilômetros da Sardenha. A origem da atual cidade de Bonifácio não é realmente conhecida, mas datas aproximadas indicam sua refundação entre 828 e 833 por Bonifácio II da Toscana que lhe deu seu nome atual.

A história documentada de Bonifácio remonta a 1195, mas a cidade foi colonizada pelos genoveses que lhe impuseram importantes modificações estruturais e militares criando a atual cidadela.

Há muitas ruazinhas estreitas, fáceis de se perder.

É a cidade mais antiga da Córsega, visitada cada vez mais por estrangeiros, mas os principais são os franceses.

Há vários restaurantes, passeios de barco e uma vista lindíssima. O estreito de Bonifácio separa as ilhas da Sardenha e da Córsega. A cidade antiga de Bonifácio está situada no topo das falésias.

A 30 minutos de lá estão as ilhas Lavezzi, pode-se fazer um passeio de barco para visitá-las.

Reserva natural Lapetzi, a natureza ali é mantida intacta, a água é muito limpa, transparente e há muitos peixinhos nadando perto das pessoas.

Para se locomover dentro da Córsega é recomendável alugar um carro.

Na Córsega há uma linha de trem, ligando Bástia a Ajaccio cobrindo 157 quilômetros. Há um trenzinho que faz um passeio pelas ruas do centro histórico da cidade. Neste tour, observa-se a Catedral de Santa Maria Assunta e a casa, hoje museu, de Napoleão Bonaparte entre outros pontos turísticos.

Calanches de Piana

 Calanches de Piana é uma cadeia montanhosa, avermelhada, entre Ajaccio e Calvino Golfo do Porto. Recomenda-se fazer um passeio de barco pela região. Saindo de Calanches de Piana, em direção a Calvi, há a Plage du Lotu. Na cidadela de Calvi há uma vista panorâmica do Porto e praias da cidade. A região de la Revellata, com tons e “água azul turquesa”.

Bástia foi fundada no século XIV pelos italianos de Gênova e tem o maior porto da Córsega.

Corte

A cidade medieval de Corte é construída em estilo veneziano  genovês. Foi a capital da Córsega de 1758 a 1759, durante o governo do italiano Pasquale Paoli.

 

Porto Vecchio

Porto-Vecchio

 Foto de Porto VECC

É uma cidade turística, vale um passeio de barco. Há também praias lindas como a plage Palombaggia, uma das mais bonitas da Córsega. Como a praia Santa Gulia.

O que realmente cativa na Córsega são suas belas paisagens e seu jeito selvagem, mas ao mesmo tempo tão organizado e cuidado.

Há picos montanhosos que chegam a alcançar 2.700 metros de altitude, lagos alpinos, florestas, cachoeiras e costões rochosos cercados por um mar que varia do azul turquesa ao azul profundo, cheio de praias inacreditáveis.

No meio desta exuberância todos os vilarejos mudam de cara conforme se vai para a costa ou para o interior e mantém um jeito tranquilo de viver.

A Córsega é uma ilha de pastores que são também produtores de queijos.

Há casas de pastores espalhadas por toda a ilha, sendo tudo muito artesanal e rústico.

A arquitetura das cidades é preservada com capricho, nada de prédios enormes ou chamativos, tudo em tons neutros, sempre compondo a sintonia com a natureza com perfeição.

Para finalizar é necessário dizer que os corsos têm  muito orgulho da sua Terra e são patriotas ao extremo!

Helena Landell

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