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Centro Cultural Georges Pompidou

Centro Cultural Georges Pompidou

Bouburg

História

A ideia de um complexo multicultural juntando diferentes formas de arte e literatura em um único lugar foi desenvolvido, em parte, das ideias de um ministro de funções culturais, André Malraux.

Les Halles

Nos anos 1960, autoridades municipais da cidade de Paris, decidiram demolir o antigo mercado de Les Halles, datado do século XIX e propuseram transferir vários institutos culturais para serem montados na antiga área do Mercado.

Com a esperança de renovar a ideia de Paris como uma cidade de Arte e Cultura, foi proposto que o Museu Nacional de Arte Moderna fosse movido para este novo local. Paris também necessitava de uma grande biblioteca pública, já que não havia nenhuma, na época.

Após os protestos de maio de 1968, o Presidente Charles de Gaulle anunciou o Plateau Beaubourg como o novo local da Biblioteca.

Um ano depois, em 1969, o novo Presidente, Georges Pompidou, adotou o projeto de Beaubourg, e decidiu que este seria o local, tanto para a biblioteca quanto para um centro para Artes Contemporâneas.

Atualmente a biblioteca possui vasta coleção de livros, acesso gratuito  à internet jornais e revistas de todas as partes do mundo e televisões com canais internacionais.

No processo de desenvolvimento do projeto, o IRCAM (Instituto de Pesquisa e Coordenação Acústica/Música) também foi incluído no Complexo.

Em 1971 foi realizado um concurso público internacional de arquitetos, para escolher o projeto do complexo e pela primeira vez, na história da França, foi permitido que arquitetos internacionais participassem do mesmo. O júri era formado pelos arquitetos: o francês Jean Prouvé, o norte-americano Philip Johson e o brasileiro Oscar Niemeyer. O projeto foi escolhido entre 681 propostas de diversos países e o vencedor foi aquele que propunha uma praça em frente ao prédio, dos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers (na época pouco conhecidos).

Renzo Piano

Richard Rogers

Em 1997 no marco de seu 20º aniversário, o Centro Cultural passou por sua primeira renovação, foi fechado, reabrindo após 3 anos de obras, em 2000.

O Centro Georges Pompidou em Paris, também conhecido como Boubourg passará pela segunda grande reforma em 2023. A principal atração cultural da capital francesa será totalmente fechada a partir do final deste ano até 2027.

Roselyne Bachelot

A Ministra da Cultura da França, Roselyne Bachelot , optou por não manter aberto o Centro Cultural durante as obras de renovação, a fim de economizar fundos e encurtar a duração dos trabalhos de 7 para 3 anos.

Segundo o jornal Le Figaro, as obras estão estimadas em cerca de 243 milhões de dólares!

Recebido inicialmente com muitas críticas, o Centro Georges Pompidou foi um grande marco na arquitetura europeia e mundial.

Com uma abordagem bastante original para a época, o projeto expôs toda a infraestrutura do edifício tornando visíveis todos os sistemas internos da arquitetura. Os sistemas mecânicos e estruturais foram colocados para o exterior, não apenas para que pudessem ser compreendidos, mas também para maximizar o espaço interior.

Incluindo uma biblioteca pública e um centro de pesquisa voltado à música, o edifício se tornou um dos pontos mais visitados de Paris, atraindo muito mais visitantes do que o esperado ao longo dos anos.

O  Museu Nacional de Arte Moderna reabrirá a tempo do seu 50º aniversário, no início de 2027, segundo afirmou o jornal “Le Monde”. Durante este período, parte das obras será exposta em outras Instituições francesas.

As obras iniciais buscam eliminar o amianto e renovar o prédio. Este, o amianto era necessário para evitar a corrosão do edifício que abriga grandes coleções de Arte Moderna e Contemporânea, além de uma extensa biblioteca.

Georges Pompidou

O Museu foi idealizado pelo Presidente Georges Pompidou, porém, este morreu em 1974, sem ver seu sonho realizado. Coube ao seu sucessor, Valéry Giscard d´Estaing inaugurar o local em 1977.

Giscard d´estaing

Seu primeiro grande desafio foi enfrentar a reação negativa dos parisienses à sua arquitetura demais inovadora. A construção formada por uma imensa estrutura retangular de vidro, envolvida em tubos coloridos, era definida pelos parisienses como “uma refinaria monstruosa”.

O burburinho da inauguração ressoou para além do território francês e contou com a presença de figuras políticas e culturais do mundo todo.

Após a inauguração, a arquitetura do espaço gerou mais debates e controvérsias. As escadas, tubos, passarelas e canos expostos, os quais são a marca registrada do Museu, surpreenderam muitas pessoas.

Os franceses adotaram rapidamente o Centro Georges Pompidou. No início de sua inauguração, era esperado receber 5.000 visitantes por dia, porém, o sucesso foi tão grande que o espaço recebia 5 vezes mais pessoas do que o previsto.

Em 1997 ele foi fechado para reforma a fim de ampliar a área de superfície em mais de 8.000 metros quadrados. Alguns espaços foram construídos para receber espetáculos de dança, teatro e apresentações musicais.

Sempre foi considerado como um dos locais mais democráticos de Paris. E ainda abriga ótimas exposições temporárias, o que nos faz visitá-lo mais de uma vez por ano.

Há 6 andares, cada um com 7.500 metros quadrados, sendo que todos são conectados por uma escada rolante, cercada por paredes tubulares de vidro, apresentando incontáveis oportunidades de fotos. É um grande mirante voltado para a Torre Eiffel.

Além de todos esses espaços o Pompidou possui ainda vários “momentos” interessantes:

1 – A esplanada na frente da entrada principal se tornou uma espécie de um grande circo popular; músicos tocando seus instrumentos, atores em representações solitárias, pintores propondo retratos e os turistas curiosos se distraindo, fazendo piquenique ou simplesmente tomando sol.

2 – No térreo – uma loja de lembrancinhas- design, belos objetos criados pelo Museu e por designers internacionais renomados e também uma ótima livraria.

3 – Do terraço do 5º andar tem-se uma belíssima vista de Paris. Ela é acessada pelas famosas escadas rolantes. A subida em si já é emocionante, pois pouco a pouco a cidade e seus telhados vão se revelando.

4 – No 6º andar fica o restaurante Georges, perfeito para tomar uma taça de champanhe apreciando a vista de Paris.

 

Restaurante George em Paris

Arquitetura

O projeto foi considerado extremamente arrojado, sendo inserido em um momento de crise da arquitetura moderna, embora tenha sido bastante criticado. Alguns teóricos afirmam que o Centro (tanto pela sua arquitetura quanto pela sua proposta), é um dos maiores do início da era pós-modernizada nas Artes.

Sua implantação configura a existência de um espaço público (a praça do centro) para o qual as suas atividades internas se estendem. Trata-se de um dos principais exemplos de arquitetura higt–tech uma tendência dos anos 1970 e que continua a ser observada até hoje, inspirada na arquitetura industrial e nas novas tecnologias.

A arquitetura high–tech utiliza os elementos tecnológicos como objetos estéticos. No Centro Pompidou isto pode ser observado nas grandes tubulações aparentes (tubos de ar-condicionado e outros serviços) nas escadas rolantes externas e no sistema estrutural em aço.

Visitem esta maravilhosa curiosidade antes que seja fechado para reforma!  Vale a pena conferir!

Helena Landell

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Helena Landell

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