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Cemitério Père Lachaise – 1

Cemitério Père Lachaise – 1

O cemitério Père Lachaise, o mais famoso do mundo, recebeu sua denominação em homenagem a um dos sacerdotes católicos, François d’Aix de la Chaise (1624-1709), chamado le Père la Chaise (o padre la Chaise), confessor do rei Louis XIV da França, o Rei Sol, sobre quem exerceu influência moderadora na luta contra o jansenismo.

Père Lachaise é o cemitério das celebridades, criado por Napoleão Bonaparte. O lugar tornou-se disputado entre os burgueses e passou a abrigar os restos mortais dos filósofos, músicos e heróis militares.

Após a Revolução Francesa em 1789, os novos líderes da França tiveram a ideia de construir um cemitério diferente em Paris. Não dava mais para seguir enterrando ricos atrás das igrejas e pobres em seu destino mais comum: as valas sem identificação. Foi assim que surgiu em 1804, por ordem de Napoleão Bonaparte, o Père Lachaise, o primeiro cemitério laico e primeiro jardim público da cidade, no qual qualquer pessoa poderia entrar.

O terreno era propriedade dos Jesuítas até 1762, neste ano eles foram expulsos da França e o local ficou sem proprietário, porém, o cemitério demorou para cair no gosto dos parisienses. Ficou vazio até 1817, quando a administração da cidade resolveu passar para lá os restos mortais dos escritores Molière e La Fontaine. Deu certo,  o espaço passou a ser disputado entre burgueses e enterrar pessoas famosas ali, virou moda.

Molière           

La Fontaine

 

Hoje, o Père Lachaise é um museu a céu aberto sobre a História da França e da cultura ocidental. Recebe 2 milhões de turistas por ano.

Lá encontram-se 690 mil monumentos funerários que abrigam filósofos como Auguste Comte, pintores como Modigliani, figuras da música que vão de Chopin a Jim Morrison. Também há cantoras como Maria Callas, alas para heróis militares e políticos, além do túmulo do célebre casal medieval Abelardo e Heloisa.

Algumas pessoas importantes

Abelardo (1079-11423) Heloisa (1101-1164)

Protagonista do caso de amor mais trágico da Idade Média, o filósofo francês Abelardo que enfatizava a razão sobre a fé, foi condenado por heresia em 114. Apaixonado por sua aluna Heloisa, casou-se com ela em segredo. Quando a família da noiva descobriu, Abelardo foi castrado e nunca mais a viu.

Abelardo viveu monasticamente por mais dois anos até a sua morte aos 63.

Heloisa, antes de morrer, pediu que fosse enterrada ao lado de seu amado.  Seu último desejo foi atendido.

 

Jim Morrison              (1949-1971)

Esta é a relíquia que mais causa problemas à administração do cemitério, chegando mesmo a ter vigilância o tempo inteiro! Tudo porque em 1991, no 20º. aniversário da morte do líder da Banda The Doors, uma multidão de fãs alucinados foi visitar o túmulo, a polícia precisou usar bombas de gás.

Jim Morrison morreu em julho de 1971, na banheira de sua casa, vítima, segundo os médicos, de coma alcoólico.

 

Frédéric Chopin (1810-1849)

Contrariado com as revoluções populares na França, onde morava, o compositor polonês Chopin, abandonou os recitais parisienses em 1848, partindo para a Inglaterra e Escócia, onde difundiu ainda mais sua fama.

Voltou para Paris quando sua saúde piorou, e muito, devido à tuberculose, morrendo no ano seguinte. Seu túmulo, a principal atração de uma viela de compositores no cemitério, é o mais visitado pela comunidade polonesa.

 

Auguste Comte  (1798-1857)

                     

Considerado o Pai da Sociologia, Comte sofria de depressão profunda e tentou o suicídio várias vezes. Entretanto, morreu de gripe. Depois do falecimento de sua mulher, Clotilde, passou a divulgar sua corrente filosófica, o positivismo, como religião.

eu cortejo foi acompanhado, além dos amigos, por quatro mulheres, entre elas, a escritora luso-brasileira Nísia Floresta.

 

Édith Piaf   ( 1915-1963)

A cantora francesa jaz no mesmo túmulo ocupado por quatro familiares. Filha de um acrobata, Édith, alcoólatra, cantou na rua dos 16 aos 20 anos, até ser descoberta para cantar em cabarés e virar amiga de poetas e escritores franceses.

Morreu de câncer no fígado e seu enterro causou o primeiro grande congestionamento em Paris, desde a Segunda Guerra Mundial.

 

Oscar Wilde (1854-1900)

Túmulo de Oscar Wilde

Autor do livro O retrato de Dorian Gray, o escritor irlandês ficou dois anos na cadeia por causa de sua homossexualidade. Saiu de lá em 1897. Morreu em Paris, miserável, de meningite, 3 anos depois (ele também tinha sífilis).

Seu túmulo tem um anjo com um grande pênis, fato curioso, o membro já foi roubado várias vezes.

A escultura também recebe vários beijos com batom dos visitantes. Por causa disto, a família decidiu cercar o túmulo com um vidro transparente, pois o túmulo estava todo manchado de vermelho, tantos beijos foram dados.   Os beijos continuam, porém, é mais fácil limpar o vidro.

Nota: Mais pessoas importantes, leia na próxima semana.

Helena Landell

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