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Catedral de Notre Dame de Reims

Catedral de Notre Dame de Reims

A Catedral Nossa Senhora de Reims, dedicada à Virgem Maria é um dos monumentos da arte gótica francesa. Seu lugar na história da arquitetura e a sua importância na história da França, fazem dela um símbolo reconhecido por todos.

Está situada na região de Champagne, a mais ou menos 140 quilômetros de Paris.

No ano de 2021 ela completou 810 anos. Sua fachada impressiona e chega a paralisar à primeira vista. Dizem haver mais de 2.300 imagens.

História da Catedral

arcebispo Alberio de Humbert

A Catedral que hoje conhecemos foi reconstruída várias vezes. Em 1211 o arcebispo Alberio de Humbert colocou a primeira pedra do novo edifício. O interior foi destruído durante um incêndio terrível e infelizmente, em 1481, o telhado também pegou fogo. Uma “ajuda real” permitiu continuar o trabalho. Um dos auxílios veio da família Rockefeller. Em agradecimento decidiu-se que o telhado seria decorado em flores de lis (símbolo da realeza). Entretanto, elas foram removidas durante a Revolução Francesa, quando foi iniciada uma campanha de supressão de símbolos Reais em edifícios.

Flor de lis

Durante a Grande Guerra, a Catedral de Notre Dame de Reims foi internacionalmente bombardeada pelas tropas alemãs. Esta operação visava desmoralizar a população francesa pela destruição de um símbolo histórico. Ela foi atingida por um total de 288 projéteis.

O trabalho de reconstrução começou em 1919, com financiamento privado. O Edifício foi reformado. Vulneráveis ao fogo, o telhado e as vigas de carvalho foram substituídos por uma estrutura não inflamável. Ainda hoje a Catedral está sendo restaurada.

Rei Clovis

Foi em Reims que o primeiro Rei francês, Clóvis, foi batizado no ano de 496, por São Remi, bispo de Reims.

Este, aplicou na testa do Rei Carolíngio uma unção de Sainte-Ampoule. Esta mesma mistura era utilizada para a coroação de Reis que foram mantidas pela tradição em Reims até Charles X, em 1825.

A cidade de Reims tornou-se assim a cidade dos Reis onde os monarcas adquiriram o trono da França, ou seja, eram coroados.

A Catedral de Reims foi palco para a coroação de 33 Reis da França e desde 1994 está inscrita no patrimônio Mundial da Unesco.

Durante a guerra dos 100 Anos, Jeanne d´Arc ( sua estátua está na frente da Catedral) insistiu para coroar o Rei Charles VII (Carlos) em Reims , marcando assim o poder do Reino da França, no conflito contra os ingleses.

Sua arquitetura

A Catedral de Reims, é o edifício religioso que tem a maior quantidade de estátuas do mundo. Uma delas é especialmente famosa: “O Anjo risonho”, emblema da cidade de Reims.

Esta obra prima da escultura gótica remonta à primeira metade do século XIII.

Foto do anjo risonho

Este anjo está no portal norte da fachada oeste da Catedral. A estátua deste anjo foi decapitada após um incêndio na Catedral de Reims causado por uma bomba alemã, durante a Primeira Guerra Mundial em 19 de setembro de 1914. A cabeça se partiu em vários pedaços após cair de uma altura de quatro metros.

Depois da guerra, os fragmentos originais foram moldados e preservados. A famosa escultura foi restaurada e colocada de volta no lugar em 13 de fevereiro de 1926.

Foto da Catedral

Com um comprimento de 149,17 metros, altura de 87 metros até o campanário, a Catedral foi construída sobre uma planta em cruz latina, a qual tem a parte vertical mais longa e a horizontal mais curta. Jesus Cristo foi crucificado em uma cruz com esta forma. Ela é diferente da cruz grega que tem os quatro lados do mesmo comprimento. Esta simboliza os quatro pontos cardeais e os quatro ventos. Dizem que simboliza a disseminação da palavra de Deus. É uma obra prima de arquitetura gótica.

  

Quatro capelas circundam a nave.

                

Pode-se ainda observar os vitrais que datam do século XVIII, são no total 176, cada um representando uma cena diferente, apesar das sucessivas destruições do edifício. Com o bombardeamento da Catedral, pelos alemães, ela perdeu um pouco da sua originalidade.

Alguns desses vitrais começaram a se popularizar, principalmente por causa de seus formatos que são as rosáceas, tipo de vitral que tem a forma de uma rosa. Graças a eles, a Catedral possui uma grande luminosidade.

Muitos vitrais tiveram que ser substituídos por materiais contemporâneos, inclusive há trabalhos do artista de vanguarda Marc Chagall em 1974.

A vida de Marc Chagall é indissociável da sua passagem pela região Champagne-Ardennes onde o artista deixa sua marca na impressionante Catedral de Nossa Senhora de Reims.

Chagall impregna-se da atmosfera da Catedral de Reims e de seus vitrais medievais e realiza juntamente com o Atelier Simon-Marq, um conjunto de três vitrais os quais cobrem uma superfície de 75 metros quadrados, com 10 metros de altura. A janela central evoca a história de Abraão e os últimos instantes da vida de Cristo na terra. Neste trabalho, Chagall consegue conjugar a modernidade do desenho e da composição, às tonalidades dos vitrais medievais, dos quais ele extrai os antigos azuis para conservar a harmonia das cores. Inaugurados em 1974, os vitrais de Chagall nesta Catedral, são de uma beleza hipnotizante e inspiradora.

               

A Catedral possui cadeiras e não bancos.

É interessante notar que nas catedrais góticas, o acabamento das torres, são afuniladas em direção ao céu, como se as preces dos fiéis pudessem chegar mais diretamente a Deus.

           

Na Catedral encontram-se colunas, arcos e gárgulas.

As colunas que, em algum momento da história foram construídas por outras civilizações, na Idade Média foram copiadas e adaptadas à sua realidade.

Os arcos tiveram origem no período romano e estão presentes nesta Catedral.

                     

Há também as gárgulas que algumas pessoas se assustam ao se deparar com estas figuras estranhas, com características pesadas, porém, isto foi feito de forma proposital.

            

O objetivo da gárgula era mostrar que o bem estava dentro da Igreja, ou seja, do ambiente que é considerado puro, enquanto o mal estava do lado de fora.

Estas gárgulas eram consideradas como guardiãs do templo, mas, ao mesmo tempo tinham uma função na arquitetura como um todo, cuja função era a de captar a água da chuva e descarta-la a uma boa distância das paredes da igreja.

Quando descartava esta água é como se ela fizesse a purificação do ambiente, sempre associado ao “bem”.

Após tudo o que foi dito, vocês não acham que é uma visita imperdível?

Helena Landell

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Helena Landell

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