O cassoulet está na história da gastronomia francesa, pelo menos, desde a Idade Média.
Este prato além de ter uma riqueza em sabor, possui também uma história bem interessante.
A receita consta no Le Viandier, que é uma coleção de receitas creditadas a Guilaume Tirel, também conhecido como Taillevent. Entretanto, a versão mais antiga da obra foi escrita por volta de 1300, cerca de 10 anos antes do nascimento de Triel. Foi o primeiro livro impresso de cozinha francesa, publicado por volta de 1486. Este, foi organizado pelo chefe Guillaume Tirel, cozinheiro real por mais de 60 anos. O prato chegou a alimentar diversos Reis ao longo deste período.
Foi uma das mais difundidas obras culinárias no final da Idade Média. Ela influenciou muito as demais escritas depois.
Sua origem, entretanto, é bem menos nobre e antiga, quanto incerta. A receita ou versões dela, certamente já circulavam nas mesas dos camponeses franceses muito antes disso.
Uma das histórias sobre o nascimento do Cassoulet conta que em Castelnaudary, cidade que se situa na região do Languedoc- Roussillon, no sudeste da França, foi cercada durante a guerra dos Cem Anos pelos ingleses e ficou semanas sem abastecimento. Esta guerra durou dos anos 1337 aos 1453.
A solução encontrada pela população foi de fazer ensopados com tudo o que houvesse à disposição: feijão branco, (típico da agricultura local) porcos, aves, legumes. Foi assim que nasceu um dos pratos mais tradicionais da França.
O nome do Cassoulet vem da palavra Cassole que se refere ao pote de barro em que é tradicionalmente cozido.
Há uma outra versão, não aceita por alguns historiadores, que afirmam que o prato surgiu por influência dos cozidos de favas. Foi introduzido na gastronomia francesa pelos árabes, quando da dominação Moura do continente europeu na Idade Média.
Atualmente, é possível de se encontrar várias variações de Cassoulet conforme o local onde é feito e é claro, por cada cozinheiro que se aventurar a prepará-lo, na França ou fora dela.
Aquele que associa culinária francesa a porções minúsculas preparadas com ingredientes sofisticados, precisa conhecer o que, e o quanto se come no interior daquele país.
O Cassoulet é um dos 10 mais populares pratos do país e é ainda um bom exemplo de comida preparada à moda antiga, com tempo e tradições transmitidas de geração a geração.
A preparação do Cassoulet começa na véspera, quando o feijão branco é colocado de molho com as carnes, cebola, alho, aipo e outros legumes e ervas. Dessa mistura, tira-se um caldo saboroso que, segundo os franceses, é o grande segredo do prato.
O Cassoulet é cozido em uma tigela de barro, na qual o prato é servido.
O mesmo acontece com a Paella na Espanha ou o Tagine no Marrocos, cujo preparo possuem vasilhas especiais.
Há quem ache este prato um tanto familiar, pois parece com a feijoada brasileira e que aqui ganhou o nome de feijoada branca.
A receita foi entrando para o repertório das famílias e sendo modificada ao longo do tempo até chegar ao que é hoje.
Graças à suas variações regionais, dificilmente vai-se provar o mesmo Cassoulet duas vezes.
O prato ganhou personalidade própria ao chegar a Toulouse e Carcassonne, as duas outras cidades que escolheu para fazer morada. Porém é Castelnaudary, a 60 quilômetros de Toulouse que leva o título mundial do Cassoulet, pois foi a primeira cidade que adotou o prato.
Todavia é bem possível falar em centenas de Cassoulets, cada um preparado com os toques secretos passados entre gerações de uma mesma família. É o tempero que nos remete à infância e aos domingos com todo o mundo em redor de uma mesa!
Há um filme cujo nome é: “Os sabores do Palácio”. Ele se encontra no Youtube.
O filme é baseado em uma história real e verdadeira, conta a vida de Hortense Laborie, uma cozinheira que morava em Périgord, na França. Um dia, recebeu um convite para trabalhar em Paris, exatamente no número 55 do Faubourg Saint- Honoré. Este endereço nada mais é que o Palácio Presidencial Élysée.
Lá, ela vai administrar a cozinha privativa, isto é, as refeições pessoais do Presidente François Mitterand com seus amigos e colaboradores.
O Presidente lhe pede que prepare pratos com sabores daqueles que sua avó fazia…com ingredientes naturais e frescos.
É um filme de 2012, repleto de cenas que celebram a gastronomia francesa. O espectador vai se deliciar com a aparência dos pratos.
Lá, Hortense trabalhou pouco mais de dois anos, porém, cansada, pediu demissão e foi trabalhar por um ano na Antártida. Uma jornalista insiste para que ela conte sobre seu emprego anterior como cozinheira do Presidente. Hortense se defenderá com seu silêncio e suas recordações do Palácio do Elysée.
É UM FILME QUE VALE A PENA SER VISTO!
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👏👏👏👏Parabéns por esss matéria magnifique!!
aonde tive o prazer de estar com você e aprender um pouco da cultura francesa! merci besucoup🌹
Obrigada Maria Helena!! Sempre muito bom 👏🏻👏🏻👏🏻❤️😘
excelente, obrigado