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Carcassonne

 

Carcassonne



Carcassonne é mais um patrimônio mundial da humanidade, conferido pela Unesco em 1997. É a cidade medieval mais preservada da Europa !

         Situada quase na fronteira com a Espanha, bem ao sul da França, entre os Pirineus e o Maciço Central francês. Na antiguidade, Carcassonne tinha uma posição comercial estratégica por estar entre duas importantes vias terrestres, a ligação entre o Atlântico e o Mediterrâneo.

É a cidade medieval melhor preservada da Europa e também a mais murada.

         Sua origem nos remonta ao século VI AC, encontrando-se aí os primeiros vestígios de aglomeração humana.

A cidade é dividida ao meio pelo rio Ode. Em sua margem direita se localiza o centro comercial, suas praças e igrejas, é chamada de cidade Baixa e foi fundada em 1247 pelo rei Louis IX da França.

         Na margem esquerda se localiza a Cidadela que deu origem a Carcassonne.  Esta, é cercada por duas muralhas dotadas por apenas dois portais para entrada e saída sendo chamada de Cité de Carcassonne.  Atualmente ela é anunciada como “A cidade de duas cidades“. Ambas são servidas de inúmeras atrações, que valem ser visitadas.


        A Cidadela possui igrejas de diferentes estilos e são muito lindas. A Catedreal de Saint Michel data por volta do século XII, e faz parte do monumento histórico da França desde 1886. Seu projeto caracteriza-se pela simplicidade de linhas, com uma fachada lisa destacando apenas a rosácea
 e o pórtico gótico. Seus vitrais são do século XIV.

 A Basílica de Saint Nazaire é a joia da cidade. Ali misturam-se estilo gótico e românico.

Aqui gostaria de explicar a diferença entre o estilo românico e o gótico.

A Idade Média foi essencialmente controlada pela religião e o poder da Igreja. Tudo era voltado para Deus, as igrejas eram construídas com pedras, as paredes eram espessas, havia pouca iluminação interior, com uma única porta de entrada, sem vitrais e poucas janelas. Elas eram construídas em formato de cruz, sendo que os quatro lados tinham a mesma medida.

Suas construções seguiam o padrão da horizontalidade apresentando um caráter austero e inflexível, com planos maciços e fortes.

A Arte românica recebe este nome uma vez que suas construções foram inspiradas no estilo desenvolvido durante o Império Romano, que dominou por séculos quase toda a Europa Ocidental.

O estilo gótico nasceu na França e se desenvolveu entre os séculos XII e XV. As construções góticas são na maior parte altas, ou seja, nota-se uma forte presença da verticalidade, o que indicava o desejo de permanecer cada vez mais perto de Deus.

 No gótico a espessura das paredes muda, tornando-se mais fina e mais leve. Há também o aumento no número das janelas e vãos nas construções que permitiam maior entrada de luz. O aumento também é presente no número de portas de entrada, cerca de três em cada construção. Já os vitrais não só ornamentavam como também facilitavam a entrada de luz.

Na época do Renascentismo, Deus ainda era importante, é claro, porém o ser humano começou a ser mais valorizado. Foi nesse período que começaram a pensar no seu conforto, daí igrejas mais arejadas e iluminadas, e o exterior com lanças ou agulhas dirigindo-se ao céu como que elevando as preces dos homens.

         Há também o Château (castelo) que fica no interior da fortaleza. É ele que serviu de moradia e abrigo para os nobres durante as Cruzadas. Apesar de estar aberto ao público, nem todas as partes da construção podem ser visitadas.




Por volta dos anos 1000 a cidade era habitada pelos cátaros. A palavra “cátaro” tem origem grega que significa puro. Os cátaros levavam uma vida de pureza, preservando a castidade e austeridade espiritual.

         A doutrina cátara tinha algumas divergências com o catolicismo, não aceitava a hierarquia de bispos e papas e nem o Novo Testamento. Jesus era apenas um apóstolo e não o filho de Deus.

         Por todas estas diferenças, os cátaros começaram a ser considerados hereges, pela igreja católica.

         Isto justificou a Cruzada Albigense de 1209. Esta, era formada por um exército com mais de 2000 soldados comandados por Simon de Monfort, o qual forçou a rendição dos cidadãos de Carcassonne.

Com raras exceções, mosteiros e igrejas, que recebiam os cátaros, foram destruídos.  As crenças e ideais dos cátaros, porém, permaneceram até os dias atuais, não só no sul da França como em outros países.  

O castelo de Carcassone juntamente com outros, na França, são chamados de castelos cátaros.

 A cidade baixa ainda conserva suas ruas estreitas com comércio ativos e algumas construções da época. Vários conflitos contribuíram para modificar a arquitetura da cidade: as próprias Cruzadas, conflitos religiosos ligados à Reforma Protestante, a Revolução Francesa, e mais recentemente a implantação da vinicultura, um dos subsídios da economia local.

Carcassonne recebe anualmente cerca de 3 milhões de turistas do mundo todo.

 Suas origens se remetem aos anos 43 e 30 AC. No século III, da nossa era, recebeu muros flanqueados por torres de proteção. Mesmo assim foi ocupada por bárbaros e visigodos, e no século VII por árabes.

 O que diferencia Carcassone de outras cidades medievais também muradas, é que encontram-se aqui duas muralhas que a abraçam completamente, e não apenas uma.

 A primeira ou a anterior foi erguida entre os séculos III e IV, quando os bárbaros iniciaram seus ataques aos romanos.

 A segunda muralha, a externa, foi construída no século XIII, pelo rei Louis XI.

A muralha interna mede 1286 metros e tem 25 torres de proteção. A externa tem 17 torres e 1500 metros de comprimento. A espessura de ambas varia de 2,20 metros a 3,90. Sua altura varia entre 8 e 9 metros e a das torres entre 15 e 35 metros. A maioria delas tem uma forma circular embora algumas mais próximas do castelo e da Basílica de Saint Nazaire tenham a forma quadrada. O fato de possuir duas muralhas a torna praticamente inexpugnável! Desta forma evitaram dois ataques maciços. Um, em 1240 e o outro em 1355 atacada quando tropas inglesas comandadas por Eduardo, chamado de o príncipe Negro, na chamada de Guerra dos Cem Anos.

Na metade do século XVII perdeu sua importância como cidade estratégica entre as fronteiras de França e Espanha.

Toda a cidade antiga esteve abandonada e as muralhas danificadas para material de reconstrução da cidade baixa.

Somente no século XIX começou a restauração de Carcassonne e a modernização da cidade Baixa.

 Ao percorrer os quase três quilômetros de extensão entre as duas muralhas, o visitante vai verificando que todas as torres ao longo de ambas têm nomes relacionados ao setor de cidadelas em que exercem seu papel defensivo.

 As duas principais estão junto aos portões de Narbonne, a principal entrada da cidade. As torres quadradas que protegem a entrada dão acesso à basílica de Saint-Lazare e ao Castelo de Conte.

Porque o nome de Carcassonne? Cercada de lendas, a mais famosa é da que existiu uma Dama chamada Carcas, esposa de um príncipe Sarraceno, que deu nome à cidade.  Esta senhora que viveu no castelo local por volta do século VIII, colocou um ponto final no cerco que acontecia há mais de um ano, no lugar.

A situação era precária, a escassez assolava a região, esmo neste deplorável estado, ela engordou um porco, e quando este estava bem pesado, ela o jogou pelas muralhas. Assim ela foi capaz de fazer sua estratégia se tornar vitoriosa, já que o outro lado recuou e eles puderam hastear a bandeira branca. Ao final de tudo os sinos da cidade soaram. Sonner em francês significa soar. Completa-se o verbo com o nome da Dama que nada mais é que Carcas  = Carcassonne.

Vale a pena visitá-la e apaixonar-se!

Helena Landell

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