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Bouquinistes de Paris/ Colunas Morris

Bouquinistes de Paris/ Colunas Morris

 

Bouquinistes

 Inscritos como Patrimônio Mundial da Unesco, em 1991, les bouquinistas são verdadeiros personagens de Paris e fazem parte da paisagem bucólica em determinados trechos ao longo do Sena.

Impossível não se sentir atraído por uma daquelas caixas verdes de metal, que contém tanta história representada em livros, selos e gravuras quanto qualquer outra livraria tradicional na cidade.

A grande vantagem para eles e para nós, é que estamos diante de um cenário de filme, literalmente e a atmosfera que se forma ali entre papéis, fotografias, cadeiras na calçada, pessoas indo e vindo, livreiros atendendo, é muito convidativa.

Apresentando-se formalmente, os bouquinistas são os livreiros que exercem suas atividades, operando cerca de 900 “caixas verdes” por mais de 3 quilômetros ao longo do Sena. A cor verde foi definida em referência ao primeiro Metrô – os vagões verdes- e também às colunas de publicidade “Colonnes Morris”.

Essas grandes caixas de metal instaladas no “parapeito” do rio e alinhadas uma após outra são simples containers quando fechadas, mas abertas se transformam em verdadeiras livrarias, com estantes e espaços definidos para cada artigo. Um charme!

Tradicionalmente, o livro é o carro-chefe (estima-se um acervo de mais de 300.000 livros usados) mas também encontramos um grande número de revistas, selos e cartões postais.

Um pouco de história

Já no século XIII, por anos, livreiros tinham permissão de expor e vender seus manuscritos em “lojas itinerantes”. Porém, com o surgimento da impressão em tipos móveis, na Alemanha, por volta de 1450, é que o comércio de livros ganha um novo rumo e alguns comerciantes tomam posse das margens do Sena para vender exemplares usados.

A pressão das autoridades Reais e dos livreiros tradicionais passa a ser enorme para mitigar o comércio ambulante, até que conseguem proibi-lo, a partir do início do século XVII até a metade do século XVIII.

Em 1789, o termo “bouquiniste” entrou para o dicionário da Academia Francesa e durante o período da Revolução, apesar do declínio acentuado da produção editorial, os bouquinistas prosperaram e estabeleceram na Ponte Neuf (Ponte Nova) um ponto de entretenimento onde aconteciam performances, eventos musicais e leituras públicas.

Ponte Neuf

Sob o regime de Napoleão, os bouquinistas ganham espaço com a construção dos novos quiais, (plataforma) e finalmente, no reinado de Napoleão III, recebeu autorização para exercer sua profissão, instalando-se no quai Voltaire, próximo à ponte Saint-Michel.

Quai Voltaire

Em 1859, a Câmara Municipal concedeu permissão para a instalação das famosas caixas verdes em lugares fixos e em 1930, o tamanho destas caixas foi padronizado em 8 metros de comprimento. Atualmente tudo é administrado e fiscalizado pela Prefeitura de Paris.

É interessante anotar a localização exata dos bouquinistas: na Rive Droite (margem direita) eles estão desde  a Ponte Maire até o Quai do Louvre e na Rive Gauche ( margem esquerda)  o quai da Tournelle até o quai Voltaire.

Quai Montebello

  

Um bom ponto para vasculhar e fotografar os bouquinistas e suas caixas verdes, é o quai de Montebello, por uma razão muito especial, a Notre Dame está aos fundos!

 

Colunas Morris

Gabriel Morris

Um dos símbolos da identidade visual de Paris, as colunas Morris estão por toda a cidade. O nome delas rende homenagem ao gráfico Gabriel Morris, que em 1863 conseguiu uma concessão para a implantação dessas colunas em Paris.

             

Enst Litfass

O inventor responsável pelo desenho das colunas Morris, foi o alemão Enst Litfass, que as criou em 1854 a fim de substituir os outdoors e para acabar com a panfletagem, os quais tiravam a beleza da cidade de Berlim.

Berlim

Elas constituem um verdadeiro clássico do mobiliário urbano de Paris e que em pouco tempo acabou se espalhando por diversas outras cidades francesas. Sua forma cilíndrica serve principalmente como suporte para a promoção de espetáculos teatrais, eventos culturais e filmes em cartaz. Se sua silhueta e aparência geral mudaram pouco desde sua criação, melhorias e novas funções surgiram com o passar do tempo.

Além de promover eventos, as colunas Morris têm outra função que muitos desconhecem, é no seu interior que ficam guardados os materiais de trabalho utilizados por funcionários da limpeza pública municipal. Algumas delas são equipadas até com banheiros e telefone para uso dos funcionários da prefeitura.

Estas colunas Morris contribuem para o charme da cidade Luz. É lindo admirá-las à noite, quando estão iluminadas, é como um toque de nostalgia na noite parisiense e elas estão por toda a cidade!

Coluna à noite

 

Atualmente elas são iluminadas após o entardecer. Pode ser girada para melhor exibição dos posters e são, frequentemente, protegidas das intempéries e incivilidade por vidros.

É uma ideia genial para manter os moradores e turistas atualizados.

Helena Landell

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Helena Landell

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