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A Praça da Concórdia em Paris

A Praça da Concórdia em Paris

     

 

A Praça da Concórdia em Paris é famosa por ser palco de acontecimentos marcados na história da França.

Em 1753, um concurso foi aberto para a construção da Praça onde somente os membros da Academia de Arquitetura poderiam participar. O projeto ganhador foi do arquiteto preferido do Rei, Ange-Jacques Gabriel (1698-1782).

Ange-Jacques Gabriel

A Praça foi concebida por este arquiteto em 1755, como um octógono limitado pelos Campos Elíseos e pelo Jardim das Tulherias.

Foi construída entre os anos de 1757 e 1779, no reinado de Luís XV. No centro estava a estátua equestre do Rei, para celebrar sua melhora depois de uma grave doença. Em 1792, a estátua foi derrubada e fundida, a praça, então, foi rebatizada como a Praça da Revolução.

Durante a Revolução Francesa se tornou um cenário sangrento devido à instalação de uma guilhotina, na qual foram executadas mais de 1200 pessoas pelo governo revolucionário.

A Praça ficava repleta pela multidão que, muito animada, ali se encontrava a fim de ver o espetáculo sangrento. Algumas das vítimas mais famosas foram: Luís XVI, sua esposa Maria Antonieta e o líder da Revolução Maximilian Robespierre.

Luis XVI
Maria Antonieta

Robespierre

Com o final do regime do Terror, em 1795, a Praça foi renomeada oficialmente como Place de La Concorde, que é uma referência a Paz e Harmonia. É a maior praça de Paris com seus 84.000 metros quadrados. Sua principal particularidade é que ela é delineada pelo “vazio” em três lados, contrariamente à maior parte das praças que são delimitadas por edifícios de todos os lados. Ela tem ao seu lado, os Campos Elísios, o Jardim de Tulherias e o Sena.

Nas décadas seguintes ao caos da Revolução Francesa, a Praça adquiriu sua aparência atual entre 1836 e1840, quando foi colocado no centro da Praça, por ordem do Rei Louis Philippe, o imponente Obelisco proveniente de Luxor, de 3.300 anos de antiguidade.

O Obelisco, proveniente de Luxor, foi oferecido pelo Egito em reconhecimento ao trabalho do francês Champollion, primeiro tradutor dos hieróglifos. Desde então, tornou-se uma das principais atrações turísticas de Paris. Champollion foi sepultado no cemitério Père Lachaise, em Paris, e seu túmulo é uma réplica do próprio Obelisco, em sua homenagem.

Obelisco Luxor   

Túmulo de Champollion

Na verdade, foram oferecidos dois obeliscos de Luxor do Templo de Karnac (que significa “o melhor de todos os lugares”). Somente um obelisco pode chegar em Paris em 1836, já no reinado de Filipe I, (1830-1848). As dificuldades foram enormes, seu peso: 227 toneladas, altura de 23 metros e os problemas de transporte pelo rio Nilo, Mar Mediterrâneo, Oceano Atlântico e rio Sena.  Foram dois anos de viagem, 12.000 quilômetros e três anos para desmontagem e montagem na Praça. O Rei Louis Philippe o fez colocá-lo no centro da Praça. Está erigido sobre uma base de 9 metros e coberto por uma pequena pirâmide dourada com mais de 3 metros e meio. Os hieróglifos que o cobrem celebram a glória do Faraó Ramsés II.

Finalmente foi inaugurada em 25 de outubro de 1836.

Em troca, Louis Philippe I ofereceu, em 1845, um relógio de cobre que atualmente ornamenta a Mesquita na cidadela do Cairo.

É curioso saber que, segundo os egípcios, o relógio oferecido em troca do Obelisco nunca funcionou. É o que dizem, até hoje, os habitantes do Cairo.  Talvez tenha sido danificado durante o transporte …

Relógio

Com todas estas dificuldades o governo da França acabou recusando ir buscar o segundo Obelisco, que na verdade nunca saiu do Egito, até a devolução oficial em 26 de setembro de 1981, feita pelo Presidente da França, na época François Mitterrand (1916-1996)durante os primeiros 7 anos de seu mandato.

Em 1998, a pequena pirâmide de pedra que se encontra no alto do Obelisco foi recoberta com folhas de ouro (23,5 quilates).

Ela é fechada apenas por um dos lados, onde estão os imponentes edifícios da sede do Ministério da Marinha e o Hotel de Crillon, um dos mais antigos e luxuosos do mundo. Ele acolhe personalidades mundialmente conhecidas e abriga o célebre restaurante Maxim’s.

Hotel Crillon

À noite, a Praça da Concórdia iluminada resplandece como uma joia da Cidade Luz. Os candelabros que adornam a Praça são simplesmente deslumbrantes. Projetados por Jacques Ignace Hiffort, estes postes de luz ornamentados são modelos únicos.

Candelabros

Jacques Ignace Hifforf

 Ela também liga o Palais Bourbon (Assembleia Nacional) situado na Rive Gauche (margem Esquerda do rio), à igreja de la Madelaine, que fica na Rive Droite (margem Direita do rio).

Ao redor do Obelisco há duas fontes monumentais de estrutura romana. Elas apresentam esculturas de figuras humanas que se misturam com animais marinhos.  A Fonte dos Mares (La Fontaine des Mers) e a Fonte dos Rios ( La Fontaine des Fleuves).

          

Duas fontes

As duas fontes, inauguradas em 1840, celebram a navegação,   a Fonte Norte com figuras sentadas representando os rios Reno e Ródano e as colheitas de uva e trigo e a Fonte Sul com o Mediterrâneo, o oceano e a pesca.

A Praça é circundada por lampadários e colunas rostais.

Na Antiga Grécia e na Antiga Roma as colunas “Rostrais” (proas de navios) eram erguidas na cidade para comemorar vitórias navais. Instaladas na parte mais alta das colunas, exibiam a frente dos navios capturadas em batalhas.

As colunas rostais levam proas de navios as quais evocam o emblema da cidade de Paris.

Na Praça da Concórdia o arquiteto Jacques Hifforf(1792-1867) após ter convidado renomados escultores, continuou com sua ideia de criar uma atmosfera marítima para a mesma, em homenagem ao Ministério da Marinha ali localizado e decorá-la com duas fontes, como havia planejado. Estas fontes são inspiradas pela Basílica de São Pedro, em Roma.

Em volta do Obelisco, em cada canto da Praça, encontram-se 8 estátuas de mulheres, em pedra, de vários escultores, representando as 8 principais cidades francesas desenhando o contorno do octógono imaginado por Gabriel.

Os dois leões da Praça da Concórdia

     

Foto dos leões

A escultura dos dois leões em mármore de Carrara, foram realizadas em 1806 e instaladas em 1819, no alto de uma base de pedra, junto ao muro que divide a Praça da Concorde e o Jardim das Tulherias.

Cada um com sua juba cacheada, uma forte musculatura aparente na barriga e nas patas, olhando para baixo, na direção da rua, em posição de guarda.

Símbolo de força e coragem, o leão sempre foi muito representado na antiguidade como guardiões e protetores de templos, palácios, santuários, tronos e entrada para lugares importantes.

Relógio solar na Praça

Poucas pessoas já notaram numerais romanos e imponentes nos paralelepípedos da Praça da Concórdia.

As linhas de bronze e seus algarismos romanos fazem parte de um gigantesco relógio de sol, no qual o Obelisco de Luxor tem a função de agulha do ponteiro para marcar as horas do dia.

Projeto que havia sido abandonado por duas vezes devido à Primeira e Segunda Guerra Mundial, acabou sendo realizado em 1 de agosto de 1999, durante o solstício de verão para marcar a passagem do ano 2.000.

A sombra do mostrador parte do Obelisco de Luz, cruzando a Praça para seguir sobre uma linha de bronze até chegar no indicador da hora solar marcada no solo em algarismo romano, indo do número VII ao XVII. A precisão da hora depende da data, pois somente alguns dias do ano coincidem com a hora correta. (solstícios ou equinócios)

Muitos de vocês lá estiveram, com certeza, porém não poderiam imaginar a riqueza de detalhes que a Praça da Concorde oferece… Vale a pena conferir!

Helena Landell

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