A Guilhotina
A Guilhotina serviu para decapitar 2794 “inimigos da Revolução Francesa” em Paris.
Sua primeira inspiração teria surgido diante de uma gravura do alemão Albrecht Durer, feita no século XVI, na qual o ditador romano Tito Mânlio, decapita seu próprio filho com um aparelho semelhante a uma guilhotina.
A guilhotina foi utilizada pela primeira vez na França revolucionária no ano de 1792, durante a Revolução Francesa. O médico inventor defendia o direito dos condenados a uma morte rápida e sem dor, segundo ele a guilhotina propiciava este tipo de morte.
Alemães e sua guilhotina
Ela não foi uma invenção da Revolução e nem do doutor Guillotin, mas provavelmente inspirada em gravuras de textos antigos as quais ilustravam máquinas de cortar cabeças (sem nome específico) utilizadas em vários países da Europa como Itália, Alemanha, Inglaterra e Escócia.
Antes da Revolução, vários modos de execução existiam dependendo do status social do condenado e da gravidade do crime. Assim sendo, um nobre era decapitado com espada, o bandido, espancado até à morte em praça pública, o regicida (assassino de um Rei ou membro da monarquia) era esquartejado, o herege era queimado, o falsificador era fervido em um caldeirão de água quente e daí por diante…
Foi então que o médico e filósofo Joseph-Ignace Guillotin (deputado de Paris em 1789) decretou que, mesmo em matéria e execução, todo cidadão deveria ser igual perante a lei.
A partir daí o doutor Guillotin se juntou ao doutor Antoine-Louis, secretário vitalício da Academia Nacional, por seus conhecimentos anatômicos e com o carrasco de Paris Charles-Henri-Sanson, pela sua experiência, e juntos desenvolveram os planos de uma máquina colocada em um cadafalso equipado com uma lâmina com corte oblíquo, a qual cortaria sem dor a cabeça do condenado.
Foi um alemão, artesão de pianos Tobias Schmith que foi escolhido para fazer o protótipo do aparelho.
Em 1792, na experiência, usaram ovelhas e depois, cadáveres de prisioneiros.
A simplicidade do uso, a rapidez e a eficiência do equipamento impressionaram os médicos, autoridades e representantes da Assembleia, convidados para uma demonstração.
O doutor Guillotin defendeu na Assembléia Nacional que esse seria um método mais humanitário, eficaz e igualitário, já que na época os nobres tinham privilégios até no momento de morrer.
Porém, com a Revolução Francesa , todo e qualquer suspeito de se opor ao regime, passou a ser decapitado , dessa forma a guilhotina ficou marcada como símbolo de crueldade e opressão.
Como era a morte na guilhotina?
A morte na guilhotina era um espetáculo para ver e ser visto.
Percurso – O carrasco cruzava a cidade para levar o condenado à praça. Estes desfiles que duravam cerca de duas horas eram a etapa mais lenta do ritual.
Em Paris, a Place de Grève era palco de execuções de crimes comuns e a Place du Carroussel servia para os criminosos políticos.
Cerca de 50 guilhotinas foram instaladas em várias cidades e elas ficavam ativas por até seis horas por dia. Para seguir este ritmo, a execução era breve, direta e mecânica, nem todos tinham tempo para dizer as últimas palavras.
Os condenados eram sacrificados sobre um tablado ou de joelhos. O carrasco soltava a corda após prender o condenado com uma barra de madeira. A chapa metálica despencava e em 0,68 segundos decapitava o sujeito. A força que a lâmina, afiadíssima, exercia no pescoço não dava chance para tecidos nem vértebras.
Curiosidades
O assassino e ladrão Nicolas Pelletier estreou a guilhotina em 1792. O golpe foi certeiro, sua cabeça pulou e caiu em um cesto, para delírio da multidão.
Nicolas Pelletier
Eugen Weidmann foi a última pessoa executada em público na França, em 1939. Porém, as decapitações continuaram, de forma privada, até 1977! A pena de morte foi abolida no país em 1981.
O inventor da guilhotina Joseph – Ignace Guillotin faleceu no dia 26 de março de 1814 de causas naturais e está enterrado no cemitério Père Lachaise, em Paris.
Fato curioso é que a guilhotina era utilizada para ricos e nobres, os pobres eram, simplesmente, enforcados…
São menos de 50 anos, desde que a última cabeça rolou na França. A guilhotina permaneceu como um método de execução estatal no país europeu até o final do século XX.
A última vítima de uma lâmina foi Hamida Djandoubi, cidadão tunisino, condenado por tortura e assassinato em solo francês, executado em setembro de1977 em Marselha.
Hamida Djandoubi
Todavia, até a retirada da guilhotina como método de cumprimento de pena, passaram-se quatro anos.
Os principais abolicionistas franceses da pena de morte ao longo do tempo, incluíram o filósofo Voltaire, o escritor Victor Hugo, os políticos Léon Gambetta, Jean Jaurès e Aristides Briand. Entre os escritores, Alphonse e Lamartine e Albert Camus.
Em 9 de outubro 1981, a pena de morte foi declarada ilegal, quando o presidente François Mitterrrand assinou uma lei que proibiu o sistema judicial de utilizá-la.
Vocês têm alguma opinião sobre a pena de morte?
Não tinha nenhum conhecimento de que a guilhotina estava ainda em pratica ate 1981.
Muito triste a pena de morte !
Muito interessante esse texto. Não conhecia essa história .
Parabéns pela escrita clara e informativa.