No Brasil a sericicultura costuma ser produzida em famílias com pequenas propriedades.
As folhas das amoreiras não tem atrativos para os humanos, mas tem um bichinho que as adora. É interessante prestar atenção no detalhe, eles somente querem as folhas frescas, nem secas, nem murchas.
Dar uma alimentação correta para os animais é muito importante, pois ela pode influenciar na qualidade da seda.
A amora deve estar fresquinha na hora da colheita e depois deve ser molhada para não murchar.
O Brasil é o quinto produtor de seda do mundo!
O horário para comer também tem que ser seguido à risca. Por exemplo, na quinta idade do bicho o prato do dia tem que ser colocado de 3 em 3 horas. Com todas estas exigências nem parece que tudo isto cabe na palma de uma mão. Após os produtores receberem as lagartas deste tamanho é que começa o trabalho contínuo. São 28 dias durante suas 5 fases. O bicho é tratado com toda a regalia, a qual visa produzir o precioso casulo e no final ele retribui muito bem. Observando com atenção dá para ver que o bichinho é caprichoso. São muitos detalhes, eles comem o dia todo e à noite também ou seja por 24 horas
Cada 2 horas ou 2 horas e meia eles são alimentados.
O Paraná é o maior produtor de casulos de seda do Brasil e são exportados para a França, Itália e Japão.
Aventura da vida
Os animais vem da chocadeira da Bratac, na segunda idade. Chegam como larvas bem pequeninhas. Vem dormindo, trocam a pele, acordam e os produtores os tratam por 72 horas , então vão novamente dormir por entre 24 e 32 horas dependendo da temperatura. Caso esteja calor, com 24 horas eles acordam, se estiver frio serão mais horas.
Na quinta idade eles acordam, engordam para poder subir a fim de fazer o casulo. O processo todo leva28 dias. Ficam três dias capsulando e mantido mais dois dias para o casulo secar.
O casulo pronto vai para a empresa Bratac, lá eles são pesados e já classificados; o produtor já sabe quanto ele vai receber por quilo. Agora é o momento de ir para a indústria.
A fiação Bratac foi constituída com a finalidade de industrializar e comercializar fios de seda natural.
A Bratac atuando há mais de 70 anos no segmento da fiação de seda natural é uma das empresas que mais investem em pesquisas. Ela produz crisálidas, resíduos e bosques, que são armações de madeira e papelão que servem de ambiente para a boa formação do casulo.
É uma vida curta, entre 50 ou 60 dias, mas, feita de grandes transformações. O bicho-da-seda é ovo, larva, lagarta, crisálida, mariposa.
Profissão = fiandeira. São 5 dias e 5 noites liberando pelas glândulas salivares uma secreção com 2 tipos de proteínas, elas é que compõem o fio da seda .
Para construir o casulo, a lagarta faz movimentos no formato do número 8 e assim vai tecendo um abrigo para viver sua metamorfose.
La dentro, longe da transparência do mundo vai virar crisálida, se transformar em mariposa e botar ovos.
Antes de virar mariposa o casulo vira matéria prima na indústria da fiação.
Embora sejam milhões de casulos na fábrica se conhecem a data em que nasceram, onde cresceram e em que lugar teceram seus casulos.
Casulo seco significa que a crisálida foi morta no processo de secagem. Assim os casulos estão prontos para iniciar seu caminho dentro da indústria de fiação.
As fiandeiras selecionam os melhores casulos. Retiram os casulos escuros, com defeito, duplo, amassados, casca fina, casca grossa.
Após esta seleção, eles vão para o cozimento, onde passam por diferentes temperaturas na máquina de cozimento.
É necessário amolecer a dureza da casca para encontrar a ponta do fio. A coisa mais importante na indústria é encontrar onde começa o fio do casulo para poder desatar o novelo que a lagarta criou.
Depois do cozimento, é feita uma nova seleção, só ficam os casulos perfeitos.
A máquina encontra o fio deles automaticamente e vai formando os carretéis. Anos atrás, lá na China, isto era feito manualmente.
Os fios tecidos pelo bicho-da-seda chegam a ter mais de um quilômetro de comprimento. São tão resistentes que antes do nylon eram eles que eram usados na fabricação de paraquedas, na segunda guerra mundial.
Esta mesma indústria que busca a ponta dos casulos automaticamente, também é usada para encontrar os fios dos casulos que possuem algum defeito. São casulos de segunda, mas são reaproveitados, não podem ficar escuros demais, nem brancos demais.
As indústrias, dependem da parceria, têm um relacionamento muito íntimo com os produtores rurais que são seus parceiros.
Quando eles chegam, dormem por mais ou menos de 30 a 36 horas, direto. Acordam famintos. Na quinta idade, as larvas não dormem, só comem. Elas se alimentam 5 vezes por dia durante 6 dias . Depois que comem o suficiente, começam a levantar a parte dianteira do corpo, como quisessem ficar em pé.
O que a natureza alcança não é suficiente para a indústria, as máquinas continuam o trabalho e transformam o que era só um jeito de viver, em produto cobiçado e refinado .
Para poder aproveitar o fio é preciso desperdiçar o começo do casulo, faz-se o subproduto chamado palha de seda, que é uma maravilha!
A seda brasileira é considerada a mais branca do mundo e a indústria de fiação precisa manter este padrão para atender seus clientes mais exigentes.
Clientes italianos procuram o produto para fazer vestidos de noiva com seda crua, sem tingimentos.
Buscar a perfeição é um trabalho longo, lento, de concentração e atenção aos menores detalhes. A natureza é quase perfeita. O Paraná hoje, é referência, não só na quantidade como na qualidade do casulo produzido no Brasil .O Paraná produz 90% da seda produzida no nosso país.
O bicho passa por 5 idades ; a primeira e a segunda idade são feitas na chocadeira. Nestas duas fases o bicho dorme. Quando ele passar da segunda para a terceira idade ele é entregue para o sericicultor. A partir da terceira, quarta e quinta idade o produtor precisa ter um barracão adaptado para a criação, com toda a higiene necessária, ventilação com temperatura controlada e ter o capricho para fazer a alimentação com as folhas de amoreira de modo que o bicho tenha facilidade para se alimentar.
Depois da quinta idade ele está pronto para fazer o casulo.
Na quinta idade pode-se ver o tamanho e como a lagarta se desenvolveu.
Neste quinto tamanho a lagarta come muito e o produtor tem muito trabalho.
Na quinta idade ela passa por um momento de transformação e é quando começa a tecer o casulo.
Neste momento o produtor coloca a armação conhecida como bosque. É uma espécie de grade com divisórias do tamanho do casulo, e é aí que eles se instalam.
As folhas não podem ter agrotóxicos, se não os bichos morrem.
Dentro dos casulos as crisálidas vão continuar vivas para continuar o ciclo natural da vida. As fiandeiras começam a trabalhar na secagem das crisálidas e vão abri-las.