O Impressionismo
O Impressionismo foi um movimento artístico que surgiu na França no final do século XIX, mais precisamente em 1870. O movimento se caracterizou pela busca de retratar a realidade da forma como os artistas a percebiam, com ênfase na luz e na cor.
É uma expressão artística que se originou como uma oposição às regras rígidas e formais da arte acadêmica.
Ao longo do século XIX, a maioria dos pintores franceses produziam obras que iam ao encontro dos critérios tradicionais valorizados pela Academia de Belas Artes de Paris.
A Instituição organizava os Salões de Arte, exibindo obras que retratavam assuntos convencionais da época (cenas históricas, mitológicas e alegóricas), reproduzidas em um estilo realista.
Conhecida como Associação Cooperativa e Anônima de Pintores, Escultores e Gravadores, esse grupo, entre muitos outros nomes, contava com, Claude Monet, Pierre-Renoir, Edgar Degas, Pissaro, os quais realizaram sua primeira exposição em abril de1874 em Paris, visando contrapor a estética da Arte tradicional citada acima. Foi a primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas.
Tela de Pissarro
Dessa forma, os artistas impressionistas deixaram de lado a obrigação de expressar a arte de modo fiel, com base na realidade, assim como mostraram profundo desinteresse em abordar temáticas da época, como pintar a realeza e reproduzir temas religiosos. Foi então que se voltaram para questões menos tradicionais retratando a Arte conforme suas impressões.
Neste contexto, é importante ressaltar que as impressões destes artistas não aconteciam de modo simplista ou óbvio. Pelo contrário, os artistas impressionistas apresentavam uma visão diferenciada da Arte. Assim traduziam um objeto quotidiano por meio de um olhar único e vanguardista.
Logo, a Arte Impressionista nasceu e teve como peça-chave a valorização da iluminação natural, ou seja, os pintores deste gênero abandonaram seus estúdios e começaram a pintar ao ar livre, o objetivo era o de capturar as diferentes tonalidades dos elementos que refletiam a luz solar em certos momentos no decorrer do dia.
Consequentemente houve uma mudança de estilo na confecção das obras, com pinceladas rápidas e quebradas, a fim de retratar a luz e seus movimentos.
Ponte Japonesa
Um belo exemplo é o quadro “Ponte japonesa de Monet”. O pintor a pintou nas diferentes estações do ano, também em vários momentos do dia, pela manhã, à tarde, no pôr do sol. Assim tem-se a impressão de que as telas são de diversas pontes, o que não é verdade. O que muda é a luminosidade.
Esta tela está espalhada em museus do mundo todo, é a mesma ponte pintada em momentos diferentes!
O movimento surgiu em 1874, em uma exposição de quadros no ateliê do fotógrafo Felix Nadar. A tela “Impressão nascer do sol” de Monet, foi a que deu nome ao movimento, uma vez que diante dela, todos se impressionavam com exclamações de surpresa.
Vale a pena destacar que o movimento impressionista, não foi aprovado, de forma que tanto a audiência como a crítica reagiram mal… Como tudo que é inovador, a crítica conservadora reagiu negativamente às inovações.
Características do Impressionismo
Contrastes da luz
Relevos de tinta deixados propositadamente
Misturas das tintas realizadas diretamente na tela
Cores claras e brilhantes, sem o preto
Paisagens retratadas exatamente como as viam
Valorização da iluminação natural
Trabalhos ao ar livre
Contornos pouco nítidos
Representação de temas quotidianos
Pinceladas soltas, movimentos rápidos e soltos com pincéis conseguiam capturar a efemeridade do momento, permitindo expressar cores e formas diferentes.
Femmes au jardin 1866
É importante saber que para apreciar uma obra impressionista, é necessário olhá-la de longe a vários metros de distância; quanto mais longe a pessoa estiver, mais nítida será a pintura!
Duas-irmãs-no-terraço-1881
Chegada ao Brasil
George Grimm
O Impressionismo chegou ao Brasil no final do século XIX, através do pintor alemão George Grimm, que implantou o ensino da pintura de paisagens ao ar livre no Rio de Janeiro em 1884, na Academia de Belas Artes, contra a vontade dos Acadêmicos.
Dois anos depois, seu contrato não foi renovado e Grimm deixou a Academia seguido por 7 discípulos fiéis, os quais o acompanharam até uma praia em Niterói. Entre eles estava Castagne e Parreiras, que desenvolveram a própria técnica de pintura ao ar livre nos anos seguintes.
Nas décadas de 1890 e 1900, Visconti, os irmãos Artur e Timóteo da Costa e o casal Georgina e Lucílio de Albuquerque, viajaram para a França com prêmios e bolsas governamentais e lá testemunharam a consagração do Impressionismo.
Na próxima semana abordarei curiosidades sobre os principais pintores impressionistas.