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Pinacoteca do Estado – I

Pinacoteca do Estado – I

A cidade de São Paulo é conhecida por sua efervescência cultural e um de seus tesouros mais preciosos para os amantes das Artes, é a Pinacoteca. Situada no Jardim da Luz, que é um importante marco arquitetônico da cidade de São Paulo.

A Pinacoteca é o mais antigo museu de Artes Plásticas do Estado de São Paulo. Inaugurado em dezembro de 1905 e transformado em Museu Estadual em 1911, em um momento em que existiam na cidade salões públicos para a exibição de obras de Arte.

Funcionando na Avenida Tiradentes, no Jardim da Luz, centro de São Paulo, o imponente edifício projetado pelo escritório do engenheiro Ramos de Azevedo (1851 – 1928) entre 1896 e 1900 passou por diversas reformas e ampliações, visando adequar-se às necessidades do público e ao crescimento do seu acervo.

Jardim da Luz

Em uma delas, foi integrada, o Museu ao Parque da Luz, o qual, também recuperado, passou a funcionar como um Museu de Escultura ao ar livre.

Uma das etapas mais significativas na história da Pinacoteca, foi a reforma e expansão realizada em 1993, sob a coordenação do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

A intervenção resultou em uma estrutura moderna e funcional a qual preservou a identidade arquitetônica do edifício original e ao mesmo tempo proporcionou espaços mais adequados para exposições e atividades culturais.

Com um acervo voltado para as Artes Brasileiras é um dos Museus mais representativos do país e o mais antigo de São Paulo com ênfase na produção brasileira do século XIX até a atualidade.

O prédio inicialmente foi projetado para ser a sede da Escola do Liceu de Artes e Ofícios. O projeto inicial teria uma cúpula, a qual por falta de verba, não chegou a ser construída.

Uma coisa curiosa que faz parte da arquitetura, são os buracos encontrados nas paredes do prédio. Eles serviam de apoio para os andaimes usados na construção e, quando o dinheiro para finalizar a construção acabou, os buracos não foram fechados. Querendo ou não, hoje eles fazem parte do estilo arquitetônico peculiar do Museu.

O acervo original foi formado com a transferência de 20 obras do Museu Paulista da USP. Hoje, a unidade possui 11.000 obras abrangendo pinturas, esculturas, gravuras, fotografias e instalações. Mais de 400 artistas ocupam as 19 salas do edifício.

Principais obras presentes em seu acervo

                      

Independência ou morte – Pedro Américo         

A obra do pintor é considerada uma das mais importantes representações visuais desse episódio histórico.

                     

O lavrador de café – Cândido Portinari   

Essa pintura é considerada um símbolo do movimento modernista brasileiro e uma representação das questões sociais da época.

Anita Malfatti                                 

A pintora foi uma figura central do movimento modernista brasileiro. Sua obra “Banhistas”, retrata figuras femininas nuas em uma praia representando uma ruptura com os padrões acadêmicos da época e uma busca por uma linguagem artística mais leve e expressiva.

Lasar Segall             

Nessa obra o artista Lasar Segall retrata dois importantes pintores brasileiros, Di e Iberê em um retrato duplo. A pintura captura a intimidade e a expressão dos artistas, revelando a habilidade de Segall em retratar seu contemporâneo.

Almeida Junior

Um dos artistas mais procurados é o Almeida Júnior, nascido em Itu, estado de São Paulo em 1850. Entre suas principais obras estão:

 

                                                            “O caipira picando fumo”, “Violeiro” e a “Amolação interrompida

 

, os quais encontram-se sob a guarda da Pinacoteca de São Paulo.

Aclamado pela crítica, o pintor é um dos precursores desta abordagem mais regionalista, retratando em suas obras o quotidiano do caipira brasileiro. Ele foi um dos principais representantes do movimento naturalista brasileiro. “Saudade”, foi a última obra de Almeida Júnior.

Saudade

Uma curiosidade, o dia do Artista Plástico é comemorado no dia 8 de maio, data do nascimento deste, que foi um dos mais importantes pintores brasileiros.

Portinari    –  Mestiço

“Mestiço”, obra de Cândido Portinari, sempre abordando temas sociais com destaque aos menos favorecidos. Aqui ele apresenta um personagem bastante retratado em suas obras, a figura do trabalhador na lavoura do café no início do século XX.

Além de retratar as questões sociais do país, Portinari é bastante influenciado pelos movimentos artísticos da Europa, como o cubismo e o surrealismo. Grande admirador de Pablo Picasso, após conhecer a obra Guernica, suas obras começaram a apresentar um caráter de denúncia com relação às questões sociais do Brasil.

Infelizmente Cândido Portinari morreu com 58 anos de idade, em fevereiro de 1962, vítima de intoxicação em função das tintas que usava.

Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral está presente neste Museu com antropofagia – fase antropofágica.

Tarsila foi uma das mais importantes artistas do Brasil. Após passar dois anos em Paris, retornou a São Paulo em 1922 para integrar o grupo dos 56, o qual defendeu a semana da Arte Moderna e tomou a frente do movimento modernista do país.

Hoje suas obras estão entre as mais avaliadas dentre os artistas brasileiros.

 

Dada a vastidão deste assunto, continuarei na próxima semana.

Helena Landell

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