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Pedra de Roseta

Legenda 3 – Pedra de Roseta

 

Conheça a pedra de Roseta que mudou a história da arqueologia.

Encontrada pelo exército de Napoleão Bonaparte em 1799, próximo a Alexandria, o objeto foi crucial para a compreensão  dos hieróglifos do Egito Antigo. Nenhuma pedra é tão famosa como a da Roseta .

    Quando  a pedra foi levada para a Europa vários estudiosos começaram a analisá-la. O fragmento do bloco pesa quase uma tonelada, mede118 centímetros, tem 77 centímetros de largura e 30 de espessura.

Encontrada na cidade de Roseta, esta pedra tem uma mensagem em três línguas: hieróglifos, demótico e grego. Os dois primeiros eram a combinação de elementos iconográficos, silábicos e alfabéticos com mais de 1.000 caracteres diferentes usados na escrita egípcia. A segunda era a língua popular do Egito, usada no dia a dia. A terceira era a língua administrativa.

O que diz o texto na pedra? O texto é um decreto de 196 A.C. , promulgado em nome do faraó Ptolomeu V, na cidade de Menphis. Foi elaborado por sacerdotes e declara que o faraó era um grande governante, seguido dos deuses e que a mensagem deveria ser  compartilhada entre os súditos. Uma humildade bem típica daqueles tempos .

Decifrar o que estava escrito, em código, era coisa impossível até que apareceu  Jean François Champollion, um francês, linguista, que era também professor de história, o que facilitou a missão.

Legenda 4 – Champollion e sua família

Ele trabalhou na tradução de 1822 a 1824 . Comparando as três línguas ele pode transcrever o decreto.  Com isso conseguiu uma espécie de “chave mestra” para traduzir muitos outros documentos encontrados.  Além dele, o físico inglês Thomas Young  o ajudou no trabalho .

Até então os três mil anos de história egípcia eram contados na base do “achismo”, visto que ninguém entendia de fato o que todos aqueles hieróglifos, nas paredes dos templos, significavam.

Onde ela está hoje ?

Por alguns anos, na época da descoberta, o Egito deu a posse da pedra de Roseta para os franceses; entretanto, eles perderam a posse da mesma para os ingleses e em 1801 ela foi transportada para o Museu Britânico, em Londres. Esta pedra é uma das preciosidades mais importantes de todos os tempos; ela mudou a nossa opinião convicta sobre o passado da Humanidade.

Atualmente é possível visitá-la on-line. Em 2017 o museu passou a disponibilizar uma visão em 3D  para explorar o artefato.

Jean François Champollion tinha 32 anos quando conseguiu decifrar a complexa escrita egípcia gravada na pedra de Roseta. Em14-09-1822 finalmente conseguiu definir o enigma dos hieróglifos. Sua emoção foi tão grande que ficou cinco dias inconsciente. Pelo seu feito, tornou-se o mais famoso egipsicólogo do mundo !

 

 

                                              Legenda 5 – Hieróglifos

 

Legenda 6 – A vida de Jean François Champollion em algumas datas

 

 

Apaixonado pelas línguas orientais e pela civilização dos faraós Champollion teve acesso a uma reprodução da pedra de Roseta e assim comparou as três versões que o texto possuía. A versão grega foi fácil para ele graças ao seu conhecimento da língua e assim cada fragmento foi traduzido com precisão.O jovem conseguiu entender o texto da pedra de Roseta que continha três vezes mais sinais do que o texto grego!

Assim ele deduziu que os hieróglifos não eram apenas hideogramas, mas também poderiam servir de símbolo fonético, assim como as letras do nosso alfabeto.

Aplicando esta intuição a uma inscrição extraída de um templo, ele identificou Cleópatra.

Em 1822 graças a ajuda de um arqueólogo que forneceu desenhos com inscrições de outros monumentos, Champollion chegou à exatidão da sua descoberta.

Dias depois, escreveu, com a ajuda de seu irmão, um relatório de 40 páginas sobre sua descoberta.

Depois de se tornar uma lenda, o francês trabalhou na redação de uma gramática e no dicionário do Antigo Egito, até a data de seu falecimento.

Teve uma morte precoce  no dia 4 de março de  1832 aos 42 anos de idade. Está enterrado no Cemitério Père Lachaise em Paris.

Graças ao seu legado, seus sucessores foram capazes de ler, compreender e traduzir os hieróglifos egípcios.

Sua carreira incrível serviu de inspiração para egiptólogos na França e no mundo!

O Museu dedicado a Champollion em Figeac, na França, é totalmente voltado à escrita, possuindo um acervo surpreendente, com muitas antiguidades  egípcias, bizantinas, romanas e gregas . A construção era a antiga moradia deste personagem notável.

 A visita é muito agradável e interessante; não deixem de visitá-lo.

Figeac é uma cidadezinha francesa situada no departamento de Lot na região Occitanie. Muito agradável, vale a pena conferir …

Obs: As fotos foram feitas pela autora Maria Helena Landell, no Museu de Champollion na cidade de Figeac, na França. (Direitos autorais reservados)

 

Helena Landell

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