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História de Itu

 

Itu é uma Estância Turística no estado de São Paulo, é uma das cidades do interior com maior importância histórica. Fica a uma distância de apenas 100 quilômetros de São Paulo e  50 quilômetros de Campinas.

         O marco da fundação de Itu foi a construção em 1610 de uma capela devotada a Nossa Senhora da Candelária, no lugar em que hoje fica a igreja do Bom Jesus.  O povoado se formou em torno da mesma. O dia 2 de fevereiro foi adotado como aniversário da cidade de Itu por coincidir com o da Nossa Senhora da Candelária.

No ano de 1653 foi elevada a Freguesia de Santana de Parnaíba e em 1657 passou à condição de Vila com direito a possuir uma Câmara Municipal, iniciando-se assim a construção de um novo tempo.

         Durante quase 100 anos (1657 1750) a vila de Itu não passou de um pequeno núcleo, com menos de 100 casas concentradas no pátio da antiga Matriz. Uma boa parte delas pertencia a fazendeiros.

         Quando a escravatura aumentou e a produção das fazendas foi mais lucrativa, estes mesmos fazendeiros ajudaram a erguer dois conventos na Vila: o de São Francisco em 1692 e o do Carmo em 1719.

Vieram os comerciantes que, ergueram em 1726 em um lugar ainda descampado a capela de Santa Rita.

         Alguns anos depois, com o crescimento das lavouras de cana de açúcar e do algodão a Vila cresceu, porém quem realmente deu vida à localidade foram  os artesãos : sapateiros, ferreiros, carpinteiros, tecelões, costureiras e fiandeiras.

Os comerciantes interessados na venda de tecido, colchas e cobertores para outras regiões promoveram a cultura do algodão e a produção caseira de tecidos.

A partir de 1777 a Vila de Itu cresceu em função dos negócios de exportação de açúcar para a Europa. O número de engenhos de cana de açúcar e de escravos vindos da África se multiplicou.

Em 1881 foi criada a Comarca de Itu e anos mais tarde, foi elevada a Cidade.

A partir de 1850 e durante anos Itu foi considerada a  cidade mais rica da Província de São Paulo, com importante participação na vida política e econômica.

Em 1860 ocorreu uma grande crise no mercado internacional do açúcar. O plantio da cana entrou em decadência, causando um conflito entre os políticos e os fazendeiros ituanos contra o Governo Imperial.

Cresceu em Itu o Movimento Republicano que resultou em 1873 na realização da primeira Convenção Republicana do país. É por isso que Itu é chamada de “Berço da República”.

                                                     Salão onde foi realizada a Convenção

Há exatos 148 anos foi realizado um encontro na cidade de Itu, que se tornou um marco importante na história do Brasil, a Convenção de Itu.

Agricultores, empresários, advogados, jornalistas e artistas reuniram-se no sobrado da família Almeida Prado em 18 de abril de 1873. Insatisfeitos com a situação do Brasil Império eles decidiram dar início a uma campanha para que o país se tornasse República.

 A Convenção Republicana de Itu começou às 17 horas reunindo 133 homens de 17 cidades paulistas e apenas 2 do Rio de Janeiro.

Entre  os convencionais Bernardino de Campos, Campos Sales, Francisco Glicério, Washington Luís e Prudente de Moraes, nomes que se destacariam na política nacional, a exemplo de Prudente de Moraes e Campos Sales, primeiro e segundo presidentes civis da República do Brasil.

 O encontro foi considerado como a primeira reunião oficial dos republicanos no estado de São Paulo.

 Porém o Manifesto da Convenção registra a discussão de três grandes temas:

1 – a autonomia das províncias através do regime federativo.

2 – a contraposição ao regime monárquico.

3 – a libertação da mão de obra escrava.

Assim ao final da reunião foram lançadas as bases para a fundação do Partido Republicano Paulista-PRP e consequentemente, do fim do Império e início da República.

A proclamação da República ocorreu em 1889, mas quem assumiu o poder foram os militares que tinham executado a deposição do Império.

Os primeiros dois Presidentes do Brasil foram os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Os republicanos só chegaram ao poder efetivamente em 1894, com a eleição direta de Prudente de Moraes.

A linha férrea foi decisiva para Itu sediar a Convenção. A inauguração desta linha ligando o polo cafeicultor a Jundiaí e ao porto de Santos aconteceria um dia antes do encontro, isto é, 17 de abril. A disputa era entre Itu e Campinas, porém a ferrovia simbolizava o progresso econômico de Itu e o grande prestígio dos fazendeiros da região que haviam idealizado e pago por ela.

Por isso, embora importantes nomes campineiros estivessem na lista dos convencionais, Itu foi a escolhida.

 O início do século XIX transformou a residência familiar em um abrigo importante na história do Brasil, hoje o Museu da Convenção!

A partir de 1950 novas indústrias foram se instalando na cidade, principalmente as de cerâmicas. Ocorreu grande migração rural em busca de trabalho nas fábricas.

 Itu começou novamente a crescer com diversos  loteamentos abertos pela Prefeitura.

A cidade já não tinha a mesma importância de antigamente sendo influenciada pela Capital do Estado, já então uma Metrópole.

 O velho centro é a maior e mais importante herança cultural dos tempos da Colônia passando a ser um centro histórico e comercial.

Após 1970 com a construção da rodovia Castelo Branco, novas indústrias instalaram-se em Itu, principalmente às margens de suas estradas de acesso.

Nesta mesma época se intensifica a fama de Itu como a cidade dos exageros, graças ao humorista Francisco Flaviano de Almeida, mais conhecido como “Simplício”. Este participava de um programa de televisão chamado “ Praça da alegria” no qual interpretava o caipira Osório, que contava vantagens sobre sua terra natal, tudo em forma exagerada. Esta brincadeira acabou intensificando o  fluxo de turistas para Itu, que procuravam conhecer os objetos gigantes.

Há vários museus em Itu, sendo o principal o Museu Republicano Convenção de Itu; Museu da Energia; Museu da Música; Museu de Arte Sacra do Padre Jesuíno de Monte Carmelo.

Museu Republicano
Museu Republicano

 

Gostaria de citar o Fama = Fábrica de Arte de Marcos Amaro o qual oferece grandes exposições. É uma instituição privada, sem fins lucrativos, voltada para as artes visuais.  Abriga o acervo de arte do artista e colecionador Marcos Amaro que em  2012 criou a fundação a fim de dar um caráter público para a sua coleção privada.

Não poderia terminar esta matéria, sem citar um dos maiores pintores brasileiros, nosso querido José Ferraz Almeida Júnior.

Almeida Júnior

 

Desde menino Almeida Júnior manifestou grande interesse pelas artes plásticas. Aos 19 anos pintava tão bem que sua cidade, Itu, através de seus concidadãos forneceu-lhe meios para estudar na escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Conhecido como o “ Poeta do Pincel”, foi tutelado por D.Pedro II que em visita ao interior de São Paulo, impressionado com seu trabalho, concedeu-lhe uma bolsa de estudos para  estudar na França, isso se deu em 1876.

Em 1878 recebeu seu primeiro prêmio neste país.

 Em 1879, é selecionado para o salão de Paris e no ano seguinte, no mesmo salão, apresenta seus quadros: Remorso de Judas, Derrubador brasileiro e ainda Descanso do Modelo.

Voltando da Europa, passou a residir em São Paulo, porém vem várias vezes a Piracicaba.

Em Itu abriu seu primeiro ateliê, atuando como professor e retratista.

Pintor realista,  tinha a preocupação em valorizar nas telas o homem do povo no seu cotidiano, em inserir os personagens típicos brasileiros. Uma característica importante, na obra do artista, é a sua pintura narrativa. Seus quadros contam como era o dia a dia nas fazendas, nas cidades pequenas e dentro das  casas daquele tempo.  

                                                     “Caipira Picando Fumo” 

 É considerado o precursor dos modernistas.

Indiscutivelmente o artista inovou com o tratamento da luz em sua pintura, que até nossos dias é comentada e apreciada pelos temas escolhidos em sua composição, onde valoriza o ser humano comum.

 Caipira picando fumo é considerada uma das pinturas mais importantes e também a mais conhecida.

 Em 1886 Almeida retratou a grande paixão de sua vida: Maria Laura do Amaral Gurgel sob o título ”A Noiva”.

Nessa época seu olhar é totalmente voltado para a Terra, para a realização de sua gente e ele produz os seus mais famosos quadros. O Caipira, Caipira negociando e Caipira picando fumo.

Sua última obra O Violeiro foi pintada em1899.

“O violeiro”

 

Faleceu muito precocemente no dia 13 de novembro de 1899 aos 49 anos de idade. Foi assassinado a punhaladas, na porta  do Hotel Central, em Piracicaba, interior de São Paulo, por seu primo, marido de Maria Laura, com quem o pintor teve um romance por anos.  

“Leitura”

 

O pintor brasileiro mais importante da segunda metade do século XIX, nasceu no dia 8 de maio de 1850 na cidade de Itu. 

Em sua homenagem foi instituído o dia do Artista Plástico comemorado no dia 8 de maio.

A Pinacoteca do Estado de São Paulo possui em seu acervo um conjunto valioso da obra do Artista. Estão na sala Almeida Júnior.

“O Derrubador Brasileiro”

 

Algumas obras também podem ser vistas no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e no Museu de Arte de São Paulo.

Fontes:– Texto copiado parcialmente da jornalista Michele da Costa / – Site da Prefeitura de Itu/ – Wikipédia – Enciclopédia Livre

  Como vai o seu francês ? Gostaria de testá-lo ? Ligue para a Maria Helena Landell:    9-9630-6438    

Helena Landell

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