Villandry

 

Villandry é uma comuna francesa na região administrativa do Centro, no departamento Indre e Loire.

O castelo de Villandry  terminado por volta de 1536, foi o último dos grandes castelos construídos nas margens do rio Loire, na época do Renascimento.

Construído pelo ministro das finanças de François Premier (Francisco Primeiro), Jean de Breton, o castelo marca, em relação aos seus precedentes, uma etapa importante na evolução das concepções arquiteturais.

 Depois de passar por diversos proprietários foi adquirido, em 1906, por Joachim Carvalho, médico nascido na Espanha no ano de 1869, bisavô dos atuais proprietários o qual abandonou sua carreira científica promissora, que exercia junto a Charles Robert Richet (premio Nobel de medicina em 1913), para dedicar-se a Villandry.

 Deste modo salvou o castelo que estava a ponto de ser demolido e criou jardins que se pode admirar atualmente em plena harmonia com a arquitetura renascentista do edifício.

No século XVIII  o  interior foi modificado a fim de torná-lo mais agradável e mais prático. O interior pode ser visitado.

 

Entre os castelos do Loire , Villandry deve incontestavelmente sua importância internacional ao conjunto excepcional de seus jardins em terraços que se apresentam como em um  cenário verdejante para ser visto do alto desde o “belvedere” (mirante). Depois, de perto, para apreciar todos os encantos e sutilezas.

Quanto aos jardins, pode-se dizer que são os únicos na Europa. Harmonizam-se de uma forma espetacular unindo o útil ao belo.

Para se ter uma vista geral dos mesmos é aconselhável subir até o “belvedere” (mirante).

 Adaptados ao clima, ao lugar, são compostos em níveis superpostos que separam os canteiros verdejantes.

O primeiro nível, de inspiração clássica, é centrado em torno de um enorme lago no formato de um espelho Louis XV, com faixas de gramado verde impecável e rodeado por uma cerca de tílias.

 

É o lugar ideal para se repousar e meditar.

Do alto do terraço é possível observar bem de perto os jardins  decorativos sendo que os mais próximos ao castelo são os que possuem desenhos simbólicos evocando o AMOR e  representados por quatro quadrados: Amor terno, Amor apaixonado, Amor volúvel, Amor trágico.  

Um  jardim ornamental plantado com arbustos sempre verde e árvores com folhagem persistente protege do vento os canteiros de flores.

 

 No nível inferior uma horta ou jardim “potager” o qual o desenho é atribuído a Androuet de  Cerceau, arquiteto do século XVI. Foi este arquiteto que com seus planos inspirou Joachim Carvalho, no começo do século XX, a reconstituir o jardim. A montagem visual sobre as quatro estações do ano aí estão representadas.

 As diversas variedades de legumes, que formam a decoração, produzem na bela estação surpreendente harmonia de cores.

 

 A origem deste jardim remonta a Idade Média quando os monges costumavam fazer hortas nas abadias, em forma geométrica, especialmente em cruz.

Os jardins italianos também tiveram grande influência nas hortas ornamentais renascentistas, trazendo elementos decorativos como fontes, pérgolas e canteiros de flores. Lembrando que o Renascimento teve origem na Itália.

 Avista–se então a maravilhosa horta renascentista composta por nove quadrados de tamanho idêntico, porém, no interior dos quais os motivos geométricos são diferentes.

 

Estes quadrados são plantados com legumes nos quais as cores se alternam entre elas (azul do alho poró, vermelho do repolho e da beterraba, verde jade das folhas das cenouras)  a fim de dar no  olhar a ilusão multicor.

A horta é lindamente decorada e pensada para que cada legume colorido tenha seu papel nos desenhos formados.

Há roseiras plantadas simetricamente. Simbolizando os monges cavando seus quadrados.

 

De cima do pequeno terraço, coberto de parreiras com uvas (em setembro) tem-se a mais bela vista da horta com o Castelo de Villandry, em todo o seu esplendor, ao fundo.

 

As placas coloridas no lado de fora de cada quadrado, indicam  as espécies localizadas em cada forma geométrica. São 40 espécies de vegetais plantados a cada ano, na primavera e outro no verão.

O interessante é que a disposição dos vegetais é alternada a cada plantio, tanto para fins estéticos como para garantir a rotação de culturas e evitar o desgaste do solo.

115.000 plantas entre flores e legumes são plantadas cada ano nos jardins e 50% delas são preparadas nas suas estufas.

Há muito a ver e a caminhar, as pessoas em cadeiras de roda, ou famílias com carrinhos, podem fazer o circuito indicado em azul, em terreno plano, evitando assim as escadas.

 

Encerrando o passeio pode-se explorar a loja de produtos de jardinagem e a de lembrancinhas (souvenirs).  

É um passeio inesquecível!

–Notas: 1-quando citei, folhas de cenoura, é que os franceses fazem pratos incríveis com elas, um deles é a sopa , deliciosa – 2- as fotos foram tiradas pela autora do texto em uma de suas viagens.

         

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